"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


domingo, 29 de janeiro de 2012

A Manif

Há alturas em que os negócios são ameaçados por motivos absolutamente imprevistos e contundentes, a partir daí há que detectar o foco e usar as armas disponíveis para reverter a situação.
Uma das armas de protesto mais utilizadas são as manifestações, já que, quando habilmente utilizadas, não só são demonstrativas do descontentamento de quem as promove e dos que a elas aderem, como geram um convencimento público da razão dos mesmos.

Foi isto que aconteceu com os ourives, quando Demétrio, conceituado pelas suas obras, viu o negócio a descambar, os lucros a diminuir e a manutenção de muitos postos de trabalho a ser colocada em causa.
As principais peças que este ourives fabricava e com as quais dava trabalho a vários artesãos, eram nichos de prata, com a miniatura de Diana, deusa de fertilidade. Muito apreciadas e procuradas por turistas, peregrinos, mercadores e, ainda, pelos próprios habitantes da cidade, comercializavam-se abundantemente.


Mas, afinal, o quê ou quem é que despoletou todo este alvoroço?
Simplesmente um homem. De fraca figura, teimoso e ousado, que dava pelo nome de Paulo.
Durante dois anos ou pouco mais, ele doutrinara um pequeno grupo de seguidores, e ensinava que as imagens não tinham nenhum valor, nem poder, pois eram feitas por mãos humanas e que só existe um único e verdadeiro Deus. Ora essa mensagem foi-se expandido e o sistema tradicional foi abalado. Os convertidos à teologia ensinada por Paulo afastaram-se do culto à deusa e engrandeciam o nome de Jesus, o que, claramente, afectava o lucro das réplicas da imagem de Diana.

Então, o respeitado Demétrio, furioso e indignado com o arraso nos seus lucros, fez reunir os artesãos e outros profissionais do ramo e discursou:
“Camaradas, vós sabeis que da indústria de imagens nos vem a subsistência, mas estamos a ser vítimas desse tal Paulo que, devido às suas ideias reacionárias, tem afastado muita gente do culto à nossa deusa. Atenção amigos, estamos em perigo, não podemos aceitar que a nossa idoneidade seja posta em causa; não podemos aceitar que Diana seja descredibilizada; não podemos consentir que nos estraguem o negócio.
Unidos seremos mais fortes; unidos venceremos; abaixo os defensores do Deus único!”

Perante essas palavras, a mobilização foi geral e começaram desde logo a gritar palavras de ordem, iniciando um desfile até ao anfiteatro, local onde cabia uma grande multidão.
Com eles, levaram, pela força, dois dos companheiros de Paulo, provavelmente como troféus ou para serem ridicularizados.
Atrás, foram-se engrossando as fileiras com curiosos, amigos da confusão e idolatras supersticiosos.

Paulo, ao saber disso, quis ir até à concentração e apresentar os seus argumentos ao povo, mas os seus discípulos não lho permitiram porque, pela certa, seria linchado.

Neste entretanto, já no anfiteatro, alguns dos judeus presentes, cheios de medo, empurravam para a frente o seu representante, para que dissesse à multidão que nada tinham que ver com aquela situação, apesar de acreditarem num só Deus.
Porém, o povo estava ao rubro e ao reconhecê-lo não lhe deram ouvidos, antes, revoltados com a sua presença, gritaram durante umas duas horas: “Grande é a Diana dos efésios!”

Perante tal alvoroço, o oficial do tribunal quis falar e, conseguindo acalmar os ímpetos, declarou:
“É preciso manter a calma, toda a Ásia sabe que temos a honra e distinção de ser protectores do templo e da imagem da deusa Diana. Contra isto não há oposição, por isso, não façam nada de que se arrependam.
Na verdade, esses homens que vocês forçaram a vir aqui como criminosos, não profanaram nem praguejaram contra a nossa deusa. Ainda assim, se algum de vocês tem uma queixa formada contra eles, os tribunais estão abertos, vão até lá e façam as acusações que tiverem de fazer. Se querem litigar por algum assunto, façam-no por meios legais.
Já se aperceberam que correm o risco de se virar o feitiço contra o feiticeiro e ficarem como perseguidores da fé deles? E como é que justificam esta manifestação se nem sequer foi autorizada?”

Com estas palavras, o oficial dissolveu a manifestação. Cada um, tendo compreendido que se tinha precipitado, rumou a sua casa; alguns ainda a argumentar em sua própria defesa, mas já derrotados pela evidência do que acabavam de ouvir.
Quanto a Paulo, depois dos ânimos terem serenado, reuniu com os seus discípulos e dirigiu-lhes palavras de animo.

Ruínas do Templo de Diana

Anfiteatro de Éfeso












Este relato cujo original se encontra em Actos 19:23-40, tem ensinamentos muito simples:
1- Não devemos hesitar em anunciar o Deus único, vivo e verdadeiro, mesmo em meios adversos;
2- Não devemos temer as reacções inimigas porque Deus não nos abandona;
3- Quando as lutas não são razoáveis, ou são excessivas, a verdade, além de permanecer, é evidenciada.

“Ó Senhor, quem é como Tu entre os deuses? Quem é como Tu glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?” – Êxodo 15: 11

sábado, 21 de janeiro de 2012

A Boa e a Má Notícia



Tenho uma boa e uma má notícia…
Qual querem primeiro?




Seja qual for a vossa escolha, vou começar pela má: “Deus sabe todas as coisas!”
Ups... não está fácil!

Muitas vezes, conscientemente ou não, achamo-nos mais sagazes que os outros e pensamos poder ocultar o nosso verdadeiro eu com relativa facilidade. Na realidade, é impressionante como não nos preocupamos com as consequências dos nossos actos, escondemos a verdade, enganamos, cometemos transgressões, mentimos e pensamos que ninguém nos vê e ouve.
É aqui que entra a má notícia pois, por mais que nos achemos muito espertos ou acima de qualquer suspeita, é impossível nos escondermos de Deus; Ele conhece todos os nossos actos e pensamentos. Na verdade, nem sequer precisa de relatórios, estatísticas, escutas ou qualquer outro tipo de informação sobre nós; Deus é Omnisciente e Soberano, conhece-nos como seres individuais e vai chegar o dia em que pedirá contas dos nossos actos. Como diz a Palavra:

“Ai dos que escondem profundamente o seu propósito
do Senhor, e as suas próprias obras fazem às escuras,
e dizem: Quem nos vê? Quem nos conhece?
Que perversidade a vossa! Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me fez;
e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe.”
Isaías 29:15-16

Agora, vem aí a boa notícia: “Deus sabe todas as coisas!”
Sorriam... estamos a ser vistos!

Nada nos pode fazer sentir melhor do que saber que estamos em segurança; porém, isso só acontece quando temos um “guarda-costas” credível, que está sempre connosco, que é cuidadoso, que quer o melhor para nós, que nos conhece, que nos aconselha e que nos protege.
Por mais que não pensemos n’Ele as 24 horas do dia, não o sintamos, ou até tenhamos dúvidas…, em todo o tempo, Ele está lá e importa-se connosco; interage com a nossa pessoa; sustenta-nos e orienta-nos. Com Deus, podemos estar descansados, mesmo quando somos injuriados, porque Ele conhece o nosso coração e o dos nossos inimigos.
Ter uma mente limpa, uma vida transparente e actos agradáveis a Deus, faz desta a boa notícia e faz com que possamos repousar à sombra do Omnipotente. Como diz o salmista:

“Senhor, tu me sondas, e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar,
e o meu deitar; e conheces todos os meus caminhos.
Ainda a palavra me não chegou à língua, e Tu,
Senhor, já a conheces toda.”
Salmo 139:1-4

Não compliquemos a vida pois, se evitarmos sujeitar-nos à má notícia, podemos desfrutar da boa com um prazer imensurável.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Ámen!

Há palavras que me impressionam pelo seu significado, palavras que valem mais do que qualquer elucubração. “Ámen” é uma delas!


De origem hebraica, significa “assim seja” ou “verdadeiramente”, como confirmação ou aceitação a algo que é dito.

Na Bíblia aparece pela primeira vez em Números 5:22 e a última em Apocalipse 22:20.

Algumas vezes a palavra era utilizada em referência ao “Deus da verdade” (ex: Isaías 65:16 ou Apocalipse 3:14); outras, era a forma como o povo respondia às orações e aos louvores (ex: Neemias 8:6 ou Efésios 3:21); ou como dava aprovação a uma profecia (ex: I Reis 1:36 ou Apocalipse 1:7); mas também era usada como aceitação a uma maldição feita em nome do Senhor (ex: Jeremias 11:5).
Para corroborar esta ideia de concordância, temos o ensino de Paulo, em I Coríntios 14:14-17, para que a oração fosse feita de forma compreensível e assim os ouvintes pudessem dizer “Ámen”.

Logo, isto justifica que o “Ámen” seja uma palavra de profundo significado para os crentes e que, quando dita em acto de culto, não deva usar-se levianamente, de forma mecânica, excessiva, descabida e inconsciente.
Na Bíblia o “Ámen” surge, sempre, como exclamação e nos nossos tempos é, vulgarmente, utilizado pelos crentes após uma oração, uma leitura bíblica, um hino ou uma mensagem, em acordo, louvor e adoração a Deus.
Entretanto, há muito passou a ser referido por líderes de algumas comunidades cristãs (onde se usa e abusa do termo), também, como interrogação. Na minha opinião, funciona como telecomando para alimentar o ego do orador, enquanto, lamentavelmente, a essência da palavra se perde… corrompendo-se o seu sentido.
Eu prefiro a forma como se apresenta nas Escrituras, para confirmar uma verdade e nunca para questionar opiniões ou provocar aprovação.

“Bendito seja o Senhor para sempre. Ámen e Ámen!”
Salmo 89:52

sábado, 7 de janeiro de 2012

O meu Pai é O Maior!



Pela manhã, depois da higiene e do pequeno-almoço, faça sol ou chuva, frio ou temperatura amena, saio em passeio com a minha cadelita.
É um espaço de tempo magnífico!

Eu sou contemplativa e, enquanto caminho, reparo em tudo com um prazer indescritível: árvores, plantas, ninhos, montes, céu, pássaros, aranhas, caracóis, borboletas, flores, pedras…
Sorrio para as papoilas, deliro com o arco-íris; comovo-me com a vastidão; delicio-me com a brisa no rosto; amo o silêncio que me deixa ouvir a natureza..., só me falta o mar.
Nesses momentos, tenho o meu primeiro instante de louvor e digo poemas, e recito salmos, e canto hinos.
Oh “solidão” boa!

Isto equivale ao tocar na mão de Deus e com uma sublime leveza repetir: Obrigada, obrigada! - Enquanto, maravilhada, Lhe ofereço (diariamente) a minha vida.
O meu Pai é O Maior!