"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


sábado, 25 de maio de 2013

Ensina-nos a Orar


Certo dia Jesus ensinou os discípulos a orar, não uma oração  (Mateus 6:9-13) para ser repetida por rotina, mas um modelo.
Nos versículos antecedentes (5-8) o Mestre explicou que se deve:

1.     Orar no silêncio do nosso coração, com honestidade e humildade,
não procurando agradar aos homens, mas a Deus.
2.      Ser comedido nas palavras, não repetindo as ideias de forma exaustiva e vã, pois Deus conhece o  nosso íntimo e as nossas necessidades.

Entretanto, convém que conheçamos as entrelinhas desta oração.


Pai nosso que estás nos céus; → A oração é dirigida a Deus, na pessoa do Pai, denotando a intimidade que devemos ter com Ele (Jesus estaria a falar em aramaico, usando o termo Aba = Paizinho);  “nosso”, convida-nos a sair de nós próprios e a reconhecer aos outros filhos (nossos irmãos em Cristo) a mesma dignidade e o mesmo relacionamento que temos com Deus.
Por outro lado, fica demonstrado que a morada do Senhor são os céus (invisíveis), porque o Pai enviou o Deus-Filho para nos salvar, após o que voltou ao céu, tendo garantido que nos ia preparar lugar na casa do Pai.
 
Santificado seja o Teu nome; → Reconhecer Deus pelo nome, equivale a saber do Seu carácter (quando dizemos que alguém tem muito bom nome, estamos a testificar acerca do seu perfil moral e social, como se disséssemos, “recomenda-se”), de tal modo que devemos confirmar e honrar a Sua santidade através da mensagem que revelamos ao mundo.
 
Venha o Teu reino; → A segunda vinda de Cristo, deve ser o mais belo desejo do crente, para isso, está aqui implícita a nossa preparação para o encontro (crescimento espiritual e propagação do Evangelho). Quando o Reino se manifestar, haverá justiça e paz eternamente.
 
Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu; → Quando oramos com corações humildes, não podemos querer outra coisa que não seja ter compreensão para aceitar e fazer a vontade do Pai na nossa vida, já que, por nós próprios, somos incapazes de cumprir os desígnios de Deus. Isto é discipulado e obediência.
 
O pão nosso de cada dia nos dá hoje; → Esta é a nossa mais completa dependência do Pai (não só no que se refere ao alimento material, mas também ao espiritual) e, ao dizermos “cada dia”, demonstramos que a dependência é contínua e que confiamos na providência de Deus.
 
E perdoa-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; → Agora somos nós a referência. Grande responsabilidade Jesus nos conferiu ao dizer “assim como nós”. O perdão é a chave que abre a porta da misericórdia e da graça, é preciso superar os eventuais desentendimentos e cultivar o amor entre os irmãos, preservando a comunhão, pois só assim ficamos permeáveis ao amor misericordioso do Pai.
 
E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. → Esta é a nossa integral entrega ao Senhor. Pedimos direcção e buscamos livramento. O mais difícil no decurso da nossa existência é negarmos aos desejos do mundo, mas sabemos que com Deus somos vitoriosos, para vencer o(s) inimigo(s) da nossa alma.
 
Porque Teu é o poder, o reino e a glória para sempre. → Terminar com um hino de louvor, confiança e acção de graças é, também, uma declaração da soberania de Deus e do desejo que temos em que seja reconhecido e triunfante.
 
Amém. A beleza desta oração é eterna; é uma lição moral que nos confere sublimidade e humildade. Devemos querer que ela faça eco na nossa vida.

sábado, 18 de maio de 2013

Família - Projecto de Deus


Ontem, 17 de Maio de 2013, a Assembleia da República Portuguesa deu mais um tiro no pé. Ontem foi aprovada a adopção de crianças por “casais” homossexuais, chamando-lhe co-adopção. Pomposa maneira de dizer o indizível.
Passo a passo, Portugal está a evoluir, dizem alguns; a modernizar-se, dizem outros; a reconhecer o direito à diferença, dizem os que se escondem atrás da tolerância.
A verdade é que, ao legalizar o pecado, esta Nação, a minha, está a afundar-se.
 
Ninguém entende mais de família do que Deus; aliás, foi Ele quem a projectou! Logo, alterar as regras, é uma violação ao projecto de Deus.
Sem entrar em muitos detalhes, pois já o fiz aqui (06.06.2010), posso afirmar que, biblicamente, a homossexualidade é uma desobediência contra Deus.
Infelizmente o mundo está mergulhado em pecado, cada vez mais longe de Deus. Este afastamento tem feito com que, até pessoas que jamais quereriam um destes casos na sua família, defendam publicamente como “natural” a união de dois homens ou de duas mulheres e transformem os prevaricadores em heróis.
Os homens já não se importam com a moral, simplesmente desprezam Deus; mesmo quando dizem acreditar n'Ele.
 
“Nem todo aquele que me diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” – Mateus 7:21


 
Não há diversas versões de família e é uma enorme falta de respeito pelas crianças a imposição de um modelo não natural.
As crianças precisam da figura paterna e da figura materna, foi assim que Deus projectou quando fez o homem e a mulher diferentes. Este é o padrão!

 
 
Os casos de crianças privadas de um ou dos dois progenitores, seja qual for o motivo, devem ser tratados de forma a proporcionar-lhes um ambiente moral de amor e não recorrer a meios anti-naturais e a inclinações produzidas pelo maligno.
 
A Palavra de Deus fala de todas estas coisas terríveis e abomináveis. Os crentes têm de estar atentos para não aceitar, nem desculpar, o que é errado. Devemos lutar com todas as nossas forças para não deixar que coisas como estas continuem a ser aceites e vistas como recurso.
A aprovação desta lei, vem escamotear as responsabilidades do governo e da sociedade porque, sem dúvida, há outras alternativas que não põem em perigo a integridade das crianças, nem violam o projecto divino.
Por mim, não importa que me chamem preconceituosa, homofóbica, conservadora ou fundamentalista; o que quiserem, não faz mal, eu prefiro seguir os ensinamentos bíblicos e a vontade de Deus.
 
“Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.
Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda.” Mateus 7:24-27

domingo, 12 de maio de 2013

Armados para Vencer

Não é à toa que os escolhidos para a frente de batalha devem ser jovens e saudáveis; é que, espera-se de um guerreiro que seja forte, não deixando vantagem ao inimigo.
Igualmente, é necessário que os soldados estejam atentos e firmes; pois, numa batalha, a vitória não se compadece com distracções e inseguranças.
A perspicácia é outro dos atributos requeridos. O guerreiro tem de saber quem é o inimigo e conhecer os seus pontos fracos e estratégias, de modo a lutar com armas equivalentes ou melhores que as do adversário.
 
Posto isto, se o nosso inimigo são as forças demoníacas, sabemos que a luta se trava no campo espiritual e com armas espirituais.
Assim, devemos nos preparar, vestindo o equipamento - a armadura de Deus -, cientes de ter todas as condições para a luta pois estamos do lado mais forte!
 
Armadura
(Paulo faz uma comparação com a do soldado romano da época):
 



Cinto da Verdade – O cinto era o lugar onde o guerreiro suportava as armas. A verdade de Deus é necessária para o cristão segurar as armas de defesa contra o inimigo cujos ataques se prendem com a mentira.
 




Couraça da Justiça – A couraça, composta por duas peças que cobriam o tórax e as costas, serviam para proteger o coração. O crente se não estiver protegido, assumindo o carácter de Cristo, tem todas as condições para ser corrompido pelo inimigo no seu centro vital.
 
 
 
Calçado do Evangelho da Paz – O guerreiro devia calçar sandálias fortes e confortáveis para não correr o risco de ferir os pés e ficar impossibilitado de andar. Quando o crente está firmado sobre a Palavra de Deus não corre o risco de tropeçar e cair em toda e qualquer situação.
 
 
 
 
Escudo da Fé – O escudo servia para proteger todo o corpo do soldado. Deus quer que o cristão ao lutar com o inimigo coloque a sua fé (na salvação) à frente dos problemas, anulando a acção do adversário.
 
 
 
 
 
 
 
Capacete da Salvação – O capacete era usado para proteger a cabeça (comando de todo o corpo) dos golpes de espada. O crente precisa estar com a mente protegida contra heresias e tentações do inimigo, envolvendo-a com a certeza da salvação.
 
 

 
 
Espada do Espírito – A espada servia para ferir, era um equipamento de ataque (os outros eram de defesa). O inimigo das nossas almas teme a espada que os cristãos usam – a Palavra de Deus -, porque ela carrega a autoridade do Espírito Santo, contra O qual Satanás perde toda a força. Assim, devemos manuseá-la diariamente, para garantir a sua eficácia.
  
É importante termos em conta que o cristão foi chamado por Deus para fazer parte do Seu exército, portanto, deve proteger-se com a armadura e aprender a usar a arma…
Todas as partes da armadura fazem parte do carácter de Cristo e são adquiridas pelo crente através do Espírito Santo.
 
Que Deus nos encontre bem ataviados e fiéis!
            
Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo;
Porque a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas, sim, contra principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.
Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.
Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade, e vestindo-vos da couraça da justiça;
Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz;
Embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno.
Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. - Efésios 6: 10-17

sábado, 4 de maio de 2013

Poder para Testemunhar

No Domingo passado, a propósito da pregação (versando Missões Mundiais), comecei a pensar nas palavras de Jesus aos discípulos,

logo após a ressurreição: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” – Marcos 16:15

e imediatamente antes de subir ao céu: “Recebereis o poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra.” – Actos 1:8

Como se vê, não há acepção de pessoas, nem de proximidade; é mesmo para todos e em qualquer lugar.
O apelo que o Pastor lançou foi de cada salvo conseguir uma alma para Cristo.
Óbvio que o sentido de “uma” não é de dever cumprido, mas de continuidade; e, para os novos convertidos vai também essa incumbência, na certeza de que recebemos do Espírito Santo a sabedoria e o poder para testemunhar.



A propósito de missões e homenageando todos os que, sem olharem ao lugar e às condições, cumprem a ordem de Jesus, vou partilhar uma experiência de quando era pequena, também como memória para os meus filhos e netos.

Devia ter os meus 7 ou 8 anos quando os meus pais, junto com uma meia dúzia de outros crentes que, em Almada, se reuniam em casa uns dos outros, abriram a chamada Missão do Valdeão. Esse foi o ponto de partida para fundarem a OMECA – Obra Missionária para Evangelização do Concelho de Almada.
Desengane-se quem pensa que vivíamos num país com liberdade religiosa. A perseguição já não era descarada, mas o trabalho só se fazia fruto de muita fé e teimosia.

Falemos do Valdeão, no Bairro do Matadouro - concelho de Almada. Havia ali uma larga zona  só com algumas árvores. Foi lá que tudo começou, com cultos ao ar livre. Mais além, um aglomerado de barracas. Local de enorme pobreza.
As ruas eram de terra; a luz e a água não tinham chegado lá; as barracas, quase todas de madeira, não tinham as menores condições; os animais estavam a portas com as pessoas quer fossem domésticos, de criação ou de rendimento.


Eu no centro, minha mãe à esquerda de casaco





Foi numa barraca alugada, divisão única e pequena, anteriormente curral, que passou a ser a Casa de Oração.
Meu Deus, tinha tantas pulgas que, tenho comichão, só de pensar.






Apesar das limitações financeiras e de espaço, foram feitos arranjos nas paredes, tecto  e  chão; pôs-se uma cortina na pequeníssima janela de fundo, um naperon branco de croché (feito pela minha mãe) e uma jarra sobre a mesa, umas quantas cadeiras e, junto à porta, uma pequena estante com os hinários e folhetos; a iluminação era feita com um petromax.
As pulgas continuavam por lá, mas nós sobrevivíamos.
Para chegarmos à Missão, calcorreávamos alguns quilómetros, grande parte por azinhagas. Para mim, o pior era ir aos cultos da noite... a escuridão era imensa e, apesar de me divertir a tentar apanhar os pirilampos, ficava cheia de medo quando me pregavam sustos ou ouvia qualquer ruído inesperado.

Escola Dominical - eu sou a primeira à direita; à esquerda a minha mãe, vestida de preto
A tarefa evangelizadora e beneficente foi-se desenvolvendo e alguns moradores converteram-se ao Evangelho. Um grande impulso foi a Escola Dominical, frequentada por toda a criançada do bairro. O trabalho da Missão ia dando os seus frutos!
Uns anos mais tarde, criou-se uma urbanização naquele lugar e um dos membros do grupo fundador foi para lá morar, tendo disponibilizado uma sala para os cultos.
Depois, deixou de existir o bairro de barracas, alguns moradores foram para outros locais, mas vieram outras pessoas para as casas novas.
Ao que soube, pois já não acompanhei, passados mais alguns anos, os irmãos que se mantiveram na OMECA compraram instalações próprias e, creio, ainda hoje uma igreja local ali se reúne.

É obrigação dos crentes terem visão missionária, no “Valdeão” ou no mundo, num bairro pobre ou num lugar mais confortável; sempre valorizando o Evangelho e não as aparências porque, por mais adverso que seja o ambiente, o Espírito Santo dá poder para testemunhar!