Relativamente à data do nascimento, tudo o que podemos dizer é que: não confere com o 25 de Dezembro.
Como sabemos Jesus nasceu de noite, ou ao cair da noite, quando os pastores guardavam os rebanhos (Lucas 2:8); sucede que o Inverno na Palestina é muito rigoroso (com temperaturas negativas e chuva abundante), em Dezembro os pastos estavam queimados pela geada e os pastores teriam ficado congelados se passassem a noite ao relento. Nesse tempo, os rebanhos saíam para os campos em Março e recolhiam no início de Novembro.
Então, olhando ao relato bíblico, ao clima e aos hábitos locais, podemos concluir que Jesus terá nascido na Primavera (entre Abril e Junho).
Ora, não se sabendo a data exacta (naquela época não havia registo de nascimento, nem o hábito de comemorar aniversários), o Papa Júlio I decretou o 25 de Dezembro para celebrar o Natal, data que veio a ser oficializada no ano 354 pelo Papa Libério.
A data adoptada ocupou assim a da festa pagã “Natalis Solis Invicti” (nascimento do sol invencível), que acontecia durante o Solstício de Inverno.
Entretanto, olhando o calendário comum, verificamos que Cristo terá nascido antes de nascer. Como?
Ao que consta, houve um erro nos cálculos feitos pelo monge e matemático Dionísio, aquando dos estudos para substituir o calendário Juliano pelo Gregoriano em que o ponto de partida seria o nascimento de Cristo, passando a leitura a ser a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo).
Dionísio, por lapso, não contempou o facto de Jesus ter nascido durante o reinado de Herodes (Mateus 2:1) e portanto, estando a morte de Herodes, o “Grande”, datada de 4 a.C., Jesus teve de nascer 5 a 7 anos a.C.
Além disso, o relato bíblico diz que, após o nascimento de Jesus, os magos viajaram para O adorar, mas, vindos do oriente, terão demorado a chegar. E, quando Herodes ordenou a matança dos meninos até 2 anos (Mateus 2:16), já tinha ocorrido a fuga de José e Maria para o Egipto, de onde só voltaram após a morte de Herodes (Mateus 2:13-14).
Ainda a propósito do Natal de Cristo, há quem sugira que a Bíblia está errada e que existe uma contradição entre os relatos feitos por Mateus e Lucas, vejamos os relatos bíblicos e históricos:
Vamos verificar e tirar algumas conclusões:
- Há evidências de que, quando Quirino assumiu o
governo da Síria em 6 d.C, era a segunda vez que servia Império. A primeira terá
sido entre 12 e 6 a.C., quando comandou uma expedição contra uma tribo da Ásia
Menor.
Segundo Josefo, os bons resultados militares davam confiança ao governo
imperial que, normalmente, retribuía com cargos e/ou missões importantes. Uma
vez que o rol de governadores tem um lapso precisamente na altura do nascimento, tudo leva a crer que
Quirino pode ter assumido o cargo interinamente durante a falha de um
governador e como atenção do imperador.
- Além disso, Actos 5:37 (autoria de Lucas) refere um
recenseamento (também documentado pelo historiador Josefo) que terá ocorrido
entre 6 e 7 d.C., o que confere com os registos de exercício de Quirino. Portanto, se
atendermos ao facto de Lucas referir que, quando Jesus nasceu, era o primeiro
alistamento sob a presidência de Quirino, é fácil deduzir que, quando Lucas
escreveu o Evangelho (entre 64 e 70 d.C.), estava consciente de que o recenseamento
de Actos era o segundo com a presidência de Quirino.
- Por fim, sabemos por escritos antigos que os romanos realizavam a contagem
de 14 em 14 anos, ficando explicado este período – o primeiro recenseamento a 6 ou 7 a.C. e o
segundo a 6 ou 7 d.C. Certamente, devido à
eficiência com que Quirino executou o primeiro censo, César Augusto deu-lhe o cargo de
embaixador e responsável pelo segundo recenseamento.
“O povo que andava em trevas viu grande luz e, aos que viviam na região
da sombra da morte, resplandeceu-lhes a Luz.” – Isaías 40:3