"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


sábado, 30 de novembro de 2013

Natal

A palavra NATAL tem origem no latim “Nativitas” (nascimento), no entanto, singularizou-se para indicar, somente, o nascimento de Cristo. Daí, designarmos esta época por “Natal”.


Relativamente à data do nascimento, tudo o que podemos dizer é que: não confere com o 25 de Dezembro.
Como sabemos Jesus nasceu de noite, ou ao cair da noite, quando os pastores guardavam os rebanhos (Lucas 2:8); sucede que o Inverno na Palestina é muito rigoroso (com temperaturas negativas e chuva abundante), em Dezembro os pastos estavam queimados pela geada e os pastores teriam ficado congelados se passassem a noite ao relento. Nesse tempo, os rebanhos saíam para os campos em Março e recolhiam no início de Novembro.
Então, olhando ao relato bíblico, ao clima e aos hábitos locais, podemos concluir que Jesus terá nascido na Primavera (entre Abril e Junho).

Ora, não se sabendo a data exacta (naquela época não havia registo de nascimento, nem o hábito de comemorar aniversários), o Papa Júlio I decretou o 25 de Dezembro para celebrar o Natal, data que veio a ser oficializada no ano 354 pelo Papa Libério.
A data adoptada ocupou assim a da festa pagã “Natalis Solis Invicti” (nascimento do sol invencível), que acontecia durante o Solstício de Inverno.

Entretanto, olhando o calendário comum, verificamos que Cristo terá nascido antes de nascer. Como?
Ao que consta, houve um erro nos cálculos feitos pelo monge e matemático Dionísio, aquando dos estudos para substituir o calendário Juliano pelo Gregoriano em que o ponto de partida seria o nascimento de Cristo, passando a leitura a ser a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo).
Dionísio, por lapso, não contempou o facto de Jesus ter nascido durante o reinado de Herodes (Mateus 2:1) e portanto, estando a morte de Herodes, o “Grande”, datada de 4 a.C., Jesus teve de nascer 5 a 7 anos a.C.
Além disso, o relato bíblico diz que, após o nascimento de Jesus, os magos viajaram para O adorar, mas, vindos do oriente, terão demorado a chegar. E, quando Herodes ordenou a matança dos meninos até 2 anos (Mateus 2:16), já tinha ocorrido a fuga de José e Maria para o Egipto, de onde só voltaram após a morte de Herodes (Mateus 2:13-14).

Ainda a propósito do Natal de Cristo, há quem sugira que a Bíblia está errada e que existe uma contradição entre os relatos feitos por Mateus e Lucas, vejamos os relatos bíblicos e históricos:
 

 
Então, César Augusto governava o Império, Herodes era rei na Judeia e Quirino governador na Síria. Até aqui, podemos ver que são cargos políticos que não colidem. Portanto a confusão só pode estar nas datas do exercício de Quirino.
Vamos verificar e tirar algumas conclusões:

- Há evidências de que, quando Quirino assumiu o governo da Síria em 6 d.C, era a segunda vez que servia Império. A primeira terá sido entre 12 e 6 a.C., quando comandou uma expedição contra uma tribo da Ásia Menor.
Segundo Josefo, os bons resultados militares davam confiança ao governo imperial que, normalmente, retribuía com cargos e/ou missões importantes. Uma vez que o rol de governadores tem um lapso precisamente na altura do nascimento, tudo leva a crer que Quirino pode ter assumido o cargo interinamente durante a falha de um governador e como atenção do imperador.
 
- Além disso, Actos 5:37 (autoria de Lucas) refere um recenseamento (também documentado pelo historiador Josefo) que terá ocorrido entre 6 e 7 d.C., o que confere com os registos de exercício de Quirino. Portanto, se atendermos ao facto de Lucas referir que, quando Jesus nasceu, era o primeiro alistamento sob a presidência de Quirino, é fácil deduzir que, quando Lucas escreveu o Evangelho (entre 64 e 70 d.C.), estava consciente de que o recenseamento de Actos era o segundo com a presidência de Quirino.
 
- Por fim, sabemos por escritos antigos que os romanos realizavam a contagem de 14 em 14 anos, ficando explicado este período – o primeiro recenseamento a 6 ou 7 a.C. e o segundo a 6 ou 7 d.C. Certamente, devido à eficiência com que Quirino executou o primeiro censo, César Augusto deu-lhe o cargo de embaixador e responsável pelo segundo recenseamento.
 
“O povo que andava em trevas viu grande luz e, aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a Luz.” – Isaías 40:3

domingo, 24 de novembro de 2013

Chegou o Natal

E, de repente, ficou frio, e chuva, e vento…, mas o melhor de tudo é que também chegou a proximidade do Natal.

Nenhum outro aniversário, em tempo algum, foi tão festejado como o de Cristo; até mesmo por quem não conhece O aniversariante ou por quem não vai à festa.
Falta um mês para a data tradicional, mas já há iluminações e enfeites, o comércio já está focado na época e, o mais gratificante, os crentes já começaram a preparar a celebração.

Não podia haver salvação através da morte e ressurreição de Cristo se Ele não tivesse nascido homem. Daí a importância e significado desta comemoração.
E, para cumprirmos a missão evangélica, devemos:
Anunciar que o Salvador chegou;
Comunicar que Ele quer nascer no coração dos homens;
Louvá-Lo com as nossas vidas e com música e canto.
 
“Exultai, ó justos, ao Senhor! Aos rectos fica bem louvá-Lo.
Celebrai ao Senhor com harpa;
louvai-O com cânticos de saltério de dez cordas.
Entoai-Lhe uma nova canção; tocai com arte e com júbilo.”
Salmo 33:1-3
 
 
 
“A minha alma engrandece ao Senhor;
e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador!”
Lucas 1:46-47

domingo, 17 de novembro de 2013

O Discípulo Amado

Pescador, filho de Zebedeu e Salomé, irmão de Tiago; primo de Jesus, sobrinho de Maria; e, pela lógica, primo de Isabel e João Baptista – João – um dos discípulos mais presentes e importantes durante e após o ministério de Jesus.
Acredita-se que viveu até idade avançada, talvez 94 anos.

Escreveu:
- O Evangelho que leva o seu nome, com uma vertente teológica, destinado aos crentes;
- 3 Cartas profundamente doutrinárias que abordam aspectos práticos do exercício da fé, do amor e da obediência;
- O livro do Apocalipse, com revelações e as últimas profecias.

A identificação de “o discípulo (ou aquele) que Jesus amava” usada no Evangelho de João, sem dúvida, refere-se a ele próprio, já que, de outra forma a sua pessoa ficava ignorada  e nós sabemos dele através dos outros evangelhos e do livro de Actos.
Provavelmente João nunca falou de si na primeira pessoa por ter como objectivo anular-se e dar toda a visibilidade e importância ao Mestre.
No entanto, sem identificação formal, encontramos João em diversas passagens do seu Evangelho: 1:35-40 - 13:23-26 - 18:15-16 - 19:26-27 - 20:2-8 - 21:2, 7, 20 e 24.

Entretanto, sabemos que:
- Jesus o chamou para fazer parte dos 12 (Mateus 4:21), que pertenceu ao grupo mais íntimo de Jesus (Pedro, Tiago e João - Marcos 5:37; Mateus 17:1 e 26:37) e, também, ao grupo dos 7 (João 21);
- Tem relatos exclusivos acerca da intimidade no ministério de Jesus (ex: Bodas de Caná, Ressurreição de Lázaro, a Samaritana, etc.);
- Era um activo defensor de Jesus (Lucas 9:51-56);
- Tiago e João, junto com a mãe, sugeriram que lhes fosse permitido assentar-se à esquerda e à direita de Jesus na sua glória, numa alusão aos convidados de honra e demonstração da proximidade e descontração dos laços familiares (Marcos 10:35-41 e Mateus 20:20-28);
- Durante a última ceia ele estava ao lado de Jesus (João 13:21-26);
- Foi o único discípulo que se atreveu a permanecer ao pé da cruz, presenciando todo o sofrimento, e foi aos cuidados dele que Jesus entregou a mãe (João 19:26-27);
- Quando soube que o corpo de Jesus já não estava no túmulo, João correu na frente dos outros e chegou primeiro ao sepulcro (João 20:1-8);
- Esteve sempre presente aquando das aparições de Cristo após a ressurreição (João 20 e 21);
- Quando Jesus apareceu na margem do lago, só João o reconheceu (João 21:7);
- Junto com os outros discípulos presenciou a ascenção (Lucas 24:50-53).

Aqui está o homem que, nos momentos felizes e nos mais difíceis, esteve ao lado de Jesus, como só é premitido a quem tem uma amizade inquestionável e é muito amado.

“Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.”  João 21:24

sábado, 9 de novembro de 2013

Quem era João?

Há alguns anos atrás, questionei-me porque seria João o discípulo amado, quem era aquele homem?... Logo, resolvi estudar a questão e acabei por chegar a uma conclusão que me parece óbvia, embora, toda a minha vida, nunca a ter ouvido.
Como não considerei que isto suscitasse dúvidas, acabei por nunca partilhar o meu estudo.

No passado Domingo, numa classe de adultos da EBD, uma aluna sugeriu que João pudesse ser irmão de Jesus…
Resolvi então mostrar aqui a lógica que encontrei para, julgo que com uma margem mínima de erro, apresentar João como primo de Jesus.

No quadro que elaborei e reproduzo abaixo, pode ver-se em passagens de três Evangelhos (Lucas 23:49 limita-se a dizer “as mulheres que o tinham seguido”) o relato das mulheres mais conhecidas que presenciaram a morte de Cristo. Nas colunas figuram a identificação de cada mulher pela ordem apresentada nos diferentes Evangelhos. As cores têm a ver com a concordância entre as descrições.


 
Então, sabemos que João:
- era filho de Zebedeu (Mateus 4:21);
- Salomé era sua mãe (Mateus 27:56);
- Tiago seu irmão (Mateus 4:21);
- e Maria sua tia (João 19:25).
 
Quanto à falta de relatos bíblicos sobre o parentesco, lembremos:
- Esse não é o objectivo das Escrituras e nada altera a mensagem;
- Jesus viveu na Nazaré até aos 30 anos (Mateus 2:19-23/Marcos 1:9/Lucas 3:23), enquanto João vivia a uns 29 Km de distância, nas imediações do Mar da Galiléia (Marcos 1:16,19), crê-se que em Betsaida ou Cafarnaum. Provavelmente só se conheceram quando Jesus iniciou o ministério.
(Quantos de nós, com toda a facilidade de transportes e comunicações, não conhecemos ou não temos relacionamento com familiares?);
- Jesus trabalhava em carpintaria (Marcos 6:3), João na industria de pesca (Marcos 1:19) portanto os interesses profissionais não tinham relação;
- Para João não era importante a sua pessoa. No Evangelho nunca fala de si na primeira pessoa daí ser natural que também se refira à mãe simplesmente como irmã de Maria.
 
Ainda voltarei a falar de João.
Que Deus nos abençoe no estudo da Palavra.
 
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” – I Coríntios 15:58

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Dia de...


No princípio do séc. VII, o Papa Bonifácio IV escolheu o dia 1 de Novembro para “Dia de Todos os Santos”, como forma de celebrar “todos”, já que há mais “santos” do que dias no ano.
 

O “Dia de Finados” ou “Dia dos Fiéis Defuntos” surgiu no séc. X, determinando que os monges rezassem por todos os mortos, conhecidos ou não, religiosos ou leigos, de qualquer lugar e de todos os tempos; no séc. XIII foi oficializado o dia 2 de Novembro para esta realização.

 A tradição destas duas comemorações, em abono da verdade, não tem nenhum fundamento bíblico, nem espiritual.
O dia 1 valia pelo facto de ser feriado o que permitia mais um dia de descanso ou de folia, sempre bem-vindo, mas acabou; o dia 2, com um significado mais popular, só vale pelo embelezamento dos cemitérios (muitas vezes esquecidos durante todo o ano).
 
A Bíblia é clara:
1 - Não fala de beatificação, nem de canonização. Porém, diz que os salvos pelo sangue de Cristo, são santos (termo descritivo que quer dizer “separados”).
“Mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus.” – I Coríntios 6:11
2 - Não há relato de que os apóstolos ou a igreja primitiva tenham orado aos “santos”. Na realidade, além dos relatos contra imagens, as Escrituras mostram que fora de Cristo não há acesso a Deus.
“Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” – I Timóteo 2:5
3 - Não há purgatório ou qualquer outra situação intermédia. Após a morte, não existe possibilidade de purificação.
“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.”
– Mateus 25: 34, 41
4 - As rezas, orações e promessas pelos mortos não têm efeito. A salvação é pessoal e em consciência pelo que tem de ser tomada em vida.
“Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” – João 5:24
 
Quando Jesus disse que cabe aos mortos cuidar e enterrar os seus mortos (Mateus 8:22), estava a deixar claro que temos de cuidar dos vivos, anunciando o Evangelho da salvação.