"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


domingo, 27 de outubro de 2013

A Reforma Protestante




No dia 31 de Outubro, celebra-se mais um ano sobre o dia da Reforma Protestante. A história, embora conhecida, deve ser recordada, tal como a pessoa do seu impulsionador.

 
 
 
1483 – (10 de Novembro) Nasceu Martinho Lutero;
1502 – Formou-se Bacharel em Filosofia;
1505 – Recebeu o título de Mestre em Artes;
1507 – Foi ordenado Padre, mas, apesar de ser um católico fervoroso e obediente ao papa, tinha profundas dúvidas de carácter espiritual;
1512 – Formou-se Doutor em Teologia e passou a leccionar na Universidade de Wittenberg, tendo um acesso privilegiado à leitura da Bíblia. Influenciado pela teologia Paulina, começou a questionar os erros que a Igreja Romana ensinava;
1515 – Foi nomeado como responsável por onze mosteiros. Nessa altura, despertado pela afirmação de Paulo em Romanos 1:17, envolveu-se em controvérsias relativamente à venda de indulgências.
 
 
O pensamento religioso da época atribuía a remissão dos pecados à compra de indulgências. Graça, fé, Jesus Cristo ou a Palavra de Deus, de nada valiam no processo de salvação. Através da leitura bíblica Lutero chegou a uma nova fé que enfatizava a graça de Deus, a salvação em Cristo e a justificação pela fé.

1516 – Publicou o devocionário “Theologia Deutsch” e tornou-se pároco da igreja de Wittenberg onde começou a proclamar a sua nova fé e a fazer oposição à venda de indulgências;
1517 – (31 de Outubro) Afixou à porta da igreja em Wittenberg 95 Teses que contestavam as práticas da Igreja Romana, dando lugar à maior revolução da história da Igreja Cristã, que veio a chamar-se de “Reforma Protestante”;
1518 – (7 de Agosto) Foi chamado a Roma onde foi julgado como herege;
1519 – Rejeitou a autoridade e infalibilidade do papa e abandonou a Igreja Romana;
1520 – (15 de Julho) A Igreja Romana proferiu a bula “Exsurge Domine”, ameaçando Lutero de ser excomungado;
1521 – (25 de Maio) A excomunhão de Lutero foi pronunciada durante a Dieta de Worms;
1525 – Casou com Katharina von Bora, de quem teve seis filhos;
1529 – Escreveu letra e música do hino “Castelo Forte” que se tornou um emblema do protestantismo;
1546 – (18 de Fevereiro) Morreu de ataque cardíaco.

Após a excomunhão, Lutero compôs diversos hinos (em 1524 publicou o primeiro hinário em alemão), escreveu sermões e compilou estudos (em 1528 publicou o pequeno e o grande catecismos, que se tornaram manuais doutrinários dos protestantes), traduziu a Bíblia das línguas originais para a língua alemã (em 1532 publicou o Novo Testamento e em 1534 a Bíblia completa).

Depois de Lutero, da Reforma e da divulgação da Palavra de Deus, a Igreja Romana deixou de ter domínio exclusivo sobre o entendimento da fé e da salvação.

domingo, 20 de outubro de 2013

Em Jesus Amigo Temos

“Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.
Não me escolhestes vós a mim, mas Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai, Ele vo-lo conceda.” – João 15:15-16

Joseph Scriven, foi um homem com a vida marcada pela adversidade.

Nasceu a 10 de Setembro de 1819, na Irlanda.
Em 1845, na véspera do seu casamento, sofreu um golpe duríssimo, quando a noiva morreu vítima de afogamento. A partir daí Scriven tornou-se um homem melancólico.
No ano seguinte foi viver para o Canadá, onde leccionou e se dedicou a obras de caridade.
Em 1855, recebeu a notícia de que a sua mãe estava gravemente doente e, envolvido numa profunda tristeza e recolhimento com Deus, escreveu o poema “Orai sem cessar”.
Já em 1860, Joseph Scriven, voltou a apaixonar-se e a ficar noivo, mas antes de se casar a sua jovem amada morreu de tuberculose.
A partir desse dia, o seu interesse foi exclusivamente servir ao Senhor ajudando os membros idosos da sua comunidade no Canadá.
A 10 de Agosto de 1886, doente, cansado e abatido pelas tragédias, caminhou até um ribeiro perto de casa, onde foi encontrado morto, debruçado como estando em oração.

Hoje nas igrejas baptistas cantamos o seu poema, especialmente conhecido pelo primeiro verso “Em Jesus Amigo Temos”.
A melodia deste hino é da autoria de um advogado americano, Charles Converse, e embora não se saiba em que circunstância houve o encontro da música com a letra, sabemos que foi publicado pela primeira vez, num hinário de Escola Bíblica Dominical, em 1870, dezasseis antes da morte de Joseph Scriven.

Este é um dos meus hinos favoritos. É lindo!

No dia 29 de Setembro recebemos na minha igreja parte do grande coro da I Igreja Baptista da Penha (lamento não se ver o solista) e quero partilhar convosco a beleza com que fui surpreendida.
Só não consigo transmitir como ficou o meu coração porque foi glorioso demais.

 
 
Em Jesus amigo temos,
mais chegado que um irmão,
Ele manda que levemos
tudo a Deus em oração!
Oh! que paz perdemos sempre,
oh! que dor no coração,
só porque nós não levamos
tudo a Deus em oração!

Temos lidas e pesares
e na vida tentação;
não ficamos sem conforto,
indo a Cristo em oração.
Haverá um outro amigo
de tão grande compaixão?
Os contritos Jesus Cristo
sempre atende em oração.

E se nós desfalecemos,
Cristo estende-nos a mão,
pois é sempre a nossa força
e refúgio em oração.
Se este mundo nos despreza,
Cristo é nosso em oração;
em seus braços nos acolhe
e nos dá consolação.
 
(Letra completa - CC-155)

domingo, 13 de outubro de 2013

Peniel

Esta é uma palavra hebraica que quer dizer “A face de Deus”
 
Geograficamente, Peniel é um vale que fica perto de Sucote, a leste do rio Jordão.
Espiritualmente, Peniel é um lugar de contenda, onde vemos Deus face a face.
 
Em Génesis 32: 22-32, podemos encontrar o relato de como Jacó, no local geográfico, se encontrou e lutou com Deus, tendo saído espiritualmente abençoado.
Jacó era esperto e estava habituado a ganhar, mas quando, sozinho (ele fez passar adiante todos e tudo o que lhe pertencia), se encontrou cara a cara com Deus, com Ele lutou e Lhe resistiu, foi tocado fisicamente e dali saiu a coxear, com uma dor insuportável, mas inteiro, transformado e salvo.
Foi lá que Jacó - o usurpador - passou a ser chamado de Israel - o que reina com Deus -.
 
Peniel é lugar de solidão, onde temos de ficar a sós connosco e com Deus. Onde não há influências, representantes, bens, nada.
Peniel é campo de batalha pois é lá que Deus fere o nosso orgulho e muda o nosso comportamento para que sendo vencidos, saiamos vencedores; feridos, mas abençoados. 
Peniel é espaço de encontro, onde vemos Deus face a face e somos restaurados e cheios pela Sua graça.
 
“Àquele lugar chamou Jacó Peniel, pois disse: Vi a Deus face a face, e a minha vida foi salva” – Gênesis 32.30
 
É quando estamos cheios do nosso ego, quando transbordamos de orgulho e ostentamos a nossa superioridade que precisamos de ser tocados “na coxa” e envergonhados para que, reduzidos à impotência pessoal, nos fortaleçamos na graça de Deus.
 
 
 
 
 
 
Eu amo Peniel!

sábado, 5 de outubro de 2013

Deus Escolheu os Loucos e Fracos

Giovanni di Pietro di Bernardone, nasceu em Assis (Itália), no ano de 1182 e morreu a 3 de Outubro de 1226, aos 44 anos. Ainda pequeno o pai mudou-lhe o nome para Francisco e é com esse nome que ficou conhecido.
Estou a falar de São Francisco de Assis, cujo dia se comemora a 4 de Outubro.

Trago aqui esta comemoração porque, sem dúvida, Francisco faz parte do grupo de pessoas que mais admiro e que me tem servido de exemplo.

Assis - Casa onde nasceu
e morreu São Francisco

Filho de uma família abastada dedicou os primeiros anos da juventude a uma vida mundana, até que, aos 20 anos, entrou na guerra civil entre Perúsia e Assis, tendo sido feito prisioneiro pela Perúsia.
Quando ao fim de um ano o pai conseguiu tirá-lo da prisão, Francisco estava fraco e com várias doenças que se prolongaram por cerca de dois anos.

Em 1205, já recomposto, alistou-se para a guerra da Apúlia, mas, em sonhos, recebeu um chamado de Deus para que O servisse e percebeu que, até então, somente tinha procurado a glória passageira de agradar aos homens. Assim, Francisco regressou a Assis onde, apesar do desagrado e vergonha do pai por ter desertado, iniciou um período de reflexão e entrega aos desígnios de Deus.

A partir daí, apercebeu-se do estado de degradação, pecado, poder e falta de amor em que a igreja tinha caído e, em obediência a Deus, deixou a riqueza familiar e a vida desregrada, dedicando-se à divulgação itinerante do Evangelho e protecção dos desvalidos. Foi a partir desta sua decisão que fundou uma Ordem de frades mendicantes.

Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes.” - I Coríntios 1:27
 
Para mim, Francisco de Assis, faz parte da lista de pré-reformadores (entenda-se anteriores ao Movimento da Reforma de Lutero). Creio que foi chamado para denunciar os desvios da igreja e a reformar.
 
Roma - Junto à estátua de São Francisco
Em 1226, depois de vários anos a servir a Deus seguindo o exemplo dos apóstolos, Francisco, debilitado e muito doente, pediu que o levassem para Assis, onde morreu assistido pelos seus companheiros de jornada.
Conta-se que, na manhã do dia da sua morte, pediu para lhe lerem o relato da Paixão de Cristo, tendo ficado calmo e adormecido. Às cinco da tarde, com voz quase imperceptível recitou o Salmo 142 e, quando terminou, deu o último suspiro.

São Francisco de Assis deixou obra, testemunho e inúmeras mensagens, recordo uma das que considero mais importante:
 
“Prega o Evangelho em todo tempo;
se necessário, usa palavras.”