"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Cuidado com as Palavras

Recordo-me que, durante o estudo/debate, num acampamento, o orientador propôs-nos fazer uma análise pessoal e escrever num papel aquilo que considerávamos que nos caracterizava, para depois tirarmos algumas conclusões.
Pensei nos aspectos do meu temperamento e respondi o mais distintivo: “Não fazer aos outros o que não gosto que me façam!”

Passado algum tempo, estava em casa a fazer uma leitura bíblica e dei de cara com as seguintes palavras de Jesus:
“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles...” – Mateus 7:12
Sim, com toda a certeza já tinha lido esta passagem, mas não me lembrava dela e, na altura, fiquei muito contente por esse ensino de Jesus ser um dos meus lemas de vida.

Acontece que esta característica faz com que seja muito exigente. Primeiro comigo, mas também com os outros.
Sou cuidadosa e controlada, mas também frontal e interventiva.

Há talvez uns dois anos, vinha a passar numa praceta aqui da terra quando vi uma jovem senhora sentada num banco e junto a ela um belo cão, cor de mel, enorme, de pêlo comprido. Olhei-o por ser bonito e ter um ar meigo, mas, de imediato, ele veio direito à minha cadelita em ataque.
Fiquei meio aflita e como a cadela estava inquieta peguei-lhe ao colo. Então, o cão lançou-se sobre mim quase a fazer-me cair, enquanto a dona, sem se levantar, o chamava por um nome que não consegui perceber.
Eu estava exausta, sem poder sair dali, e a mulher continuava sentada a chamar o cão. Foi então que lhe gritei: “Ouça, veja se agarra o animal e o tira daqui!”
Ela andou os três ou quatro passos que nos distanciavam como se tivesse o pé dormente, agarrou o cão atabalhoadamente e voltou a sentar-se.
Enquanto me afastava, olhei-a de frente e desabafei muito zangada: “Oh pá, deficientes!”
Ela, aparentemente tranquila, fixou-me sem pestanejar.

Já livre da situação, mas ainda nervosa, enquanto caminhava para casa comecei a reconstituir a cena quando passou na minha mente a imagem da mulher: cambaleante, voz arrastada e olhos muito abertos e estáticos. Foi então que se fez luz - características de paralisia cerebral.
Ela era deficiente!

Diz a Palavra de Deus:
“O que guarda a sua boca e a sua língua, guarda a sua alma das angústias.” – Provérbios 21:23
Eu sei de todas as justificações que posso dar para o impulso da minha atitude, mas não para ter ficado cega, ao ponto de não perceber o estado daquela mulher e ter dito o que não gostava que me dissessem, mesmo sendo “normal”.
Isso deixou-me profundamente triste!




Oração: Pai, dá-me do teu poder para ser mais atenta às circunstâncias, ser mais cuidadosa com os outros, controlar as palavras e saber lidar com as contrariedades.
Obrigada por seres tão generoso que deste Jesus pela minha vida e estás sempre pronto a perdoar-me.

1 comentário:

Viviana disse...

Querida mim

Gostei muito deste texto.

É muito oportuno e actual.

Tem razão!

Temos que pedir ao Pai sabedoria e contenção nas palavras.

Obrigada por a partilha.

Um abraço
viviana

A Clara foi hoje para casa, graças ao bom Deus
Obrigada por as preces.