"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


sábado, 31 de março de 2012

A Páscoa Cristã

Durante anos questionei a matemática que vai da morte à ressurreição de Cristo. As respostas nunca me satisfizeram até porque sempre passaram por: “ressuscitou ao terceiro dia”, pelo que, começar a contagem na sexta-feira e acabar no domingo, seria normal. Ou seja uma contagem feita pelo chamado método inclusivo (porque estão presentes períodos de três dias).
Acresce que esta é uma tradição ditada pela igreja católica, aceite, e não discutida, por todos os “cristãos”.

Mas eu sou teimosa e gosto de me esclarecer, ora, Mateus 12:40 diz, pela boca de Jesus:
“Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.”
O que nos pode fazer crer que este preciosismo de linguagem não corresponda à verdade?
Depois de investigar e estudar este assunto durante muito tempo, parece-me certo que a morte de Cristo se deu a uma quarta-feira.
Para quem quiser acompanhar o raciocínio, será bom equipar-se de uma Bíblia.

O shabat da lei moral era o sétimo dia da semana (Êxodo 20:8-11), mas também havia o shabat cerimonial, em que Deus ordenava a paragem do trabalho (Números 28:17-18).
É interessante ver:
Lucas 22:7-8 – o dia dos pães asmos chegou (sábado cerimonial); v.14 – Jesus comemorou a última Páscoa (só abolida com a sua morte); v.19-20 – depois instituiu a ceia do Senhor.
João 19:31 – João faz menção de um “grande dia de sábado”, julgo que pode estar a referir-se ao prolongamento do tempo de descanso (dois shabats próximos).

E agora, vamos acompanhar aqueles dias:
Mateus 27:62 – selaram o túmulo no dia seguinte ao sepultamento, que foi o dia depois da preparação. Será que as autoridades violariam o sábado do quarto mandamento?
Marcos 16:1-2 – se passado o sábado em que compraram aromas fosse o sétimo dia da semana (lei moral), como iriam muito cedo no primeiro dia da semana ao túmulo?
Marcos 16: 1 – diz que passado o sábado as mulheres compraram os aromas para embalsamar o corpo; e em Lucas 23:56 – que já os tinham comprado e no sábado descansaram. Como se explica isto, se não estivessem a ser observados e considerados pelos evangelistas dois sábados diferentes? Ou seja, o sétimo dia da semana (em Lucas) e o que terá coincidido na quinta-feira devido a ser o descanso do 1º dia da festa dos pães asmos (em Marcos).

Assim, podemos dizer que Jesus expirou após as 15h de quarta-feira (véspera do descanso da festa dos pães asmos) e ao cair da tarde (portanto depois das 18h) José de Arimatéia foi até Pilatos pedir o corpo. Depois o corpo foi tirado da cruz e levado, fizeram os preparativos do cadáver, depositaram-no no túmulo e colocaram a pedra que foi selada já no dia seguinte à morte, com certeza nas primeiras horas. E, só a partir daí se podem contar os 3 dias e 3 noites no seio da terra (com o túmulo fechado).

Nesta perspectiva, elaborei o quadro seguinte, comparando os quatro Evangelhos. Espero que esteja tão explícito para os meus leitores, quanto foi enriquecedor para mim executá-lo.

Atenção: Os dias começavam ao nascer do sol (6h).
(clique na imagem para ver melhor)
É óbvio que me parece mais lógico, que celebrássemos a sequência de dias correctamente, mas acima de tudo o meu desejo é glorificar ao Senhor…
“O qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou por causa da nossa justificação.” – Romanos 4:25

Tenham uma Santa Páscoa!


NOTAS:
1- Não quero ser polémica com esta teoria pois o calendário não é mais importante que a lembrança, nem isso é essencial para a minha fé, mas fiz uma análise honesta e que me parece correcta.
2- Fico contente porque verifiquei que outros se têm debruçado sobre o tema, especialmente os irmãos Baptistas Bereanos.
3- Fontes de estudo: Bíblia Sagrada, Calendário oficial judaico, Sistema de horas solar, Comentários de várias teorias existentes.

sábado, 24 de março de 2012

Congénito – Hereditário – Crónico – Epidémico – Mortal

Todos os conceitos em título fazem parte da linguagem médica; também todos estão associados ao pior de todos os males, o pecado.

CONGÉNITO – porque nasce com a pessoa
“Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe.” – Salmos 51:5

HEREDITÁRIO – porque é transmitido a todos os descendentes
“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens porque todos pecaram.” – Romanos 5:12

CRÓNICO – porque permanece no individuo
“Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz e sim o pecado que habita em mim.” – Romanos 7:20

EPIDÉMICO – porque se propaga
“Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio de seu coração.” – Génesis 6:5

MORTAL – porque conduz à morte
“Porque o salário do pecado é a morte…” – Romanos 6:23a

O pecado entrou no mundo através de uma grande motivação (o desejo de saber), mas um pequeno meio (o fruto).
Na nossa vida, o pecado está em estado latente e, independentemente da motivação, começa por se manifestar também por algo pequeno; no entanto, quando menos damos por isso, já não estamos a comer o fruto, mas a árvore e depois o pomar. Ou seja, como com qualquer problema de adição, a dependência e o “consumo” é crescente.
Na realidade, todos temos o gene do pecado - é a nossa natureza original. Mas o pecado consentido, praticado e fomentado é de nossa exclusiva responsabilidade porque, apesar de nenhum de nós lhe ser imune e a propensão se manter, Deus deu-nos capacidade para escolhermos praticá-lo ou combatê-lo.

Para combater a tendência para o pecado, devemos saber que:
1- O diabo faz o homem apegar-se ao que é mau, tornando-o escravo do pecado.
2 - O auto-engano leva o homem a inverter valores. Assim, considera-se livre quando faz o que quer e não o que é da vontade de Deus.
3 - O pecador arraigado pode conseguir enganar alguns, durante algum tempo, mas jamais enganará a Deus, perante quem terá de prestar contas.

Como medida preventiva devemos:
1 - Aceitar Cristo, como Salvador e Senhor. Ele limpa-nos de toda a contaminação do pecado.
2 - Estar em comunhão com Deus, através da Palavra e da oração.
3 - Fugir das situações em que o desejo de pecar é mais forte que a nossa razão.

Então, apesar de todas as evidências de como o pecado nos consome, nós podemos travar esse processo pois:
“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça.”
I João 1:9

sábado, 17 de março de 2012

Glorificai a Deus no Vosso Corpo

“Acaso não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo que habita em vós, porque o recebestes de Deus, e que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por um alto preço. Agora pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” – I Coríntios 6: 19-20

Paulo está a falar aos crentes do Corinto, mas a mensagem serve para os cristãos de todos os tempos. Estes versículos ajudam-nos a reflectir sobre o nosso corpo que, sendo materialmente igual ao dos outros humanos, deve ter um desempenho diferente porque Deus nos comprou para sermos templo do Espírito Santo e assim nos tornarmos parte orgânica do corpo de Cristo - a Igreja.

Assim, quem recebe a graça da salvação, deve ser encontrado fiel e glorificar a Deus em seu corpo. Portanto, seja individualmente, seja como igreja, o que de mais sábio podemos fazer é dizer a nós próprios:

Mãos trabalhem honesta e humildemente, para que a vossa obra bendiga a Deus;
Olhos sintam prazer em ver o bem e admirem as maravilhas da criação;
Pés andem por caminhos justos e não se cansem de levar o Evangelho aos perdidos;
Ouvidos fiquem atentos à voz de Deus e a tudo o que edifica espiritualmente;
Boca canta louvores, dá graças e fala da soberana grandeza de Deus;
Corpo permanece aos pés da cruz e conserva a santidade e a honra de forma a agradar a Deus.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” – Romanos 12: 1-2

sábado, 10 de março de 2012

Que é Isto?

“E quando se evaporou o orvalho que caíra, na superfície do deserto restava uma coisa fina e semelhante a escamas,
fina como a geada sobre a terra.
Vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? pois não sabiam o que era. Disse-lhes Moisés: Isto é o pão que o Senhor vos dá para vosso alimento.
Deu-lhe a casa de Israel o nome de “Maná”...
Êxodo 16:14-15,31a



“Que é isto?”

Foi desta pergunta, no hebraico, que surgiu o nome “Maná”, tendo uma grafia e som idênticos.




Durante os meus sessenta e dois anos, nunca tive um período de abastança; normalmente tenho tido pouco e, às vezes, um pouco mais. Mas, nos momentos mais difíceis, verifiquei que, com arte e engenho, consigo ter o suficiente. É aí que a providência de Deus se tem manifestado.
Por isso, até hoje, sempre honrei os meus compromissos, nunca pedi dinheiro emprestado e, contra todas as expectativas de alguém com responsabilidades familiares e baixo rendimento, nunca contraí dívidas.

Uma das fases financeiramente mais difíceis da minha vida, ocorreu nos anos 80. Quando penso nisso ainda me dá graça a forma como ultrapassávamos os problemas.
Os meus filhos sempre tiveram uma alimentação saudável, mas a soja substituía a carne, o pão de aveia era feito por nós, os iogurtes eram confeccionados na panela de pressão ou com flor de fungo e..., podia dar tantos outros exemplos.
A medicação para o meu filho (asmático) era caríssima, mas havia sempre algum adorno da casa que eu podia vender para arranjar dinheiro.
Os trabalhos de sapateiro, cabeleireiro, modista, tricote, electricista, canalizador e vários outros eram feitos por mim.
Muitos dos livros escolares eram fotocópias.
Algumas compras eram repostas nas prateleiras do supermercado por não serem prioritárias.
Enfim, o meu poder criativo estava sempre a ser posto à prova, mas Deus dava-me as ferramentas mentais necessárias.
Ele nunca nos abandonou!

Segredo - Nós não éramos amargos, antes, todos os resultados se tornavam grandes conquistas e divertíamo-nos muito com todas as coisas por mais pequenas que fossem.
Na verdade as crianças não podiam esbanjar, ou ter brinquedos da moda, ou usar roupas de marca, mas tinham direito ao melhor para crescerem com dignidade, saúde e alegria.
Eles estavam na ginástica e na escola de música, tinham as suas festinhas de aniversário e iam aos acampamentos bíblicos de verão, porque eu achava isso necessário.
Da mesma forma, nunca lhes faltou praia, campo, passeios e, ainda, roteiros culturais através das “borlas” ou promoções que conseguia para irmos ao teatro, cinema, museus, concertos, etc.
Era uma aventura constante!

Estou a falar disto, primeiro porque já é passado (eu não gosto de me expor), depois, pelo que vem a seguir.

Um dia, esgotou-se o dinheiro e o meu poder criativo.
Faltava muito para o fim do mês, eu sentia-me cansada e ansiosa. Cinco mil escudos era um valor que resolveria a situação imediata, mas como consegui-los?...
Confiar na providência divina é um bom exercício para os crentes, só assim, as responsabilidades que carregamos e os problemas que enfrentamos, podem transformar-se em vitórias e contentamento. Por isso, pedi-Lhe ajuda.

No dia seguinte, fui à caixa de correio e, lá, encontrei um envelope completamente branco, sem remetente, sem destinatário, sem um bilhete.

“Que é isto?” perguntei-me.

Dentro do envelope uma nota de 5.000$00.



Até hoje, não sei quem foi o benemérito e, como não costumo queixar-me e sempre resolvi os problemas a sós com Deus, não tenho suspeitos.
Também nunca me preocupei em saber quem foi porque, apesar da imensa gratidão que tenho ao anónimo, estou grata, sobre tudo, ao meu Senhor. Naquele dia, Ele enviou-me o “Maná”!

É minha convicção que o suficiente me chega; mais que isso, é uma bênção acrescida. Têm havido alturas da minha vida de desafogo completo, mesmo sem fartura, mas eu não me iludo com o muito e sei viver com o pouco.
Deus sempre me faz lembrar:

“Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com acções de graças.” – Filipenses 4: 6

sábado, 3 de março de 2012

Não!

A palavra crise entrou definitivamente no nosso vocabulário. Ou será que nunca saiu?
Actualmente a crise de que mais se fala é a financeira o que, de alguma forma, é providencial para esquecermos que, a pior de todas e impulsionadora das outras, é a crise de valores morais.

Sendo que todos estamos sujeitos às contingências humanas, incluindo os filhos de Deus, é assustador pensar que não estamos preparados para as enfrentar. Porque, quando não estamos preparados e a tentação chega, a crise de valores ataca-nos e, invariavelmente, caímos no pecado.

Ele há coisas do diabo, porque esse é o trabalho dele, mas temos o abre-olhos através dos ensinos bíblicos e da comunhão com Deus. E podemos verificar que a solução para a crise de valores está à distância de um “Não!”; Deus faz o resto.

“Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.”
I Coríntios 10:13