Acresce que esta é uma tradição ditada pela igreja católica, aceite, e não discutida, por todos os “cristãos”.
Mas eu sou teimosa e gosto de me esclarecer, ora, Mateus 12:40 diz, pela boca de Jesus:
“Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra.”
O que nos pode fazer crer que este preciosismo de linguagem não corresponda à verdade?Depois de investigar e estudar este assunto durante muito tempo, parece-me certo que a morte de Cristo se deu a uma quarta-feira.
Para quem quiser acompanhar o raciocínio, será bom equipar-se de uma Bíblia.
O shabat da lei moral era o sétimo dia da semana (Êxodo 20:8-11), mas também havia o shabat cerimonial, em que Deus ordenava a paragem do trabalho (Números 28:17-18).
É interessante ver:
Lucas 22:7-8 – o dia dos pães asmos chegou (sábado cerimonial); v.14 – Jesus comemorou a última Páscoa (só abolida com a sua morte); v.19-20 – depois instituiu a ceia do Senhor.
João 19:31 – João faz menção de um “grande dia de sábado”, julgo que pode estar a referir-se ao prolongamento do tempo de descanso (dois shabats próximos).
E agora, vamos acompanhar aqueles dias:
Mateus 27:62 – selaram o túmulo no dia seguinte ao sepultamento, que foi o dia depois da preparação. Será que as autoridades violariam o sábado do quarto mandamento?
Marcos 16:1-2 – se passado o sábado em que compraram aromas fosse o sétimo dia da semana (lei moral), como iriam muito cedo no primeiro dia da semana ao túmulo?
Marcos 16: 1 – diz que passado o sábado as mulheres compraram os aromas para embalsamar o corpo; e em Lucas 23:56 – que já os tinham comprado e no sábado descansaram. Como se explica isto, se não estivessem a ser observados e considerados pelos evangelistas dois sábados diferentes? Ou seja, o sétimo dia da semana (em Lucas) e o que terá coincidido na quinta-feira devido a ser o descanso do 1º dia da festa dos pães asmos (em Marcos).
Assim, podemos dizer que Jesus expirou após as 15h de quarta-feira (véspera do descanso da festa dos pães asmos) e ao cair da tarde (portanto depois das 18h) José de Arimatéia foi até Pilatos pedir o corpo. Depois o corpo foi tirado da cruz e levado, fizeram os preparativos do cadáver, depositaram-no no túmulo e colocaram a pedra que foi selada já no dia seguinte à morte, com certeza nas primeiras horas. E, só a partir daí se podem contar os 3 dias e 3 noites no seio da terra (com o túmulo fechado).
Nesta perspectiva, elaborei o quadro seguinte, comparando os quatro Evangelhos. Espero que esteja tão explícito para os meus leitores, quanto foi enriquecedor para mim executá-lo.
Atenção: Os dias começavam ao nascer do sol (6h).
(clique na imagem para ver melhor) |
“O qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou por causa da nossa justificação.” – Romanos 4:25
Tenham uma Santa Páscoa!
NOTAS:
1- Não quero ser polémica com esta teoria pois o calendário não é mais importante que a lembrança, nem isso é essencial para a minha fé, mas fiz uma análise honesta e que me parece correcta.
2- Fico contente porque verifiquei que outros se têm debruçado sobre o tema, especialmente os irmãos Baptistas Bereanos.
3- Fontes de estudo: Bíblia Sagrada, Calendário oficial judaico, Sistema de horas solar, Comentários de várias teorias existentes.