"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


sábado, 10 de março de 2012

Que é Isto?

“E quando se evaporou o orvalho que caíra, na superfície do deserto restava uma coisa fina e semelhante a escamas,
fina como a geada sobre a terra.
Vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: Que é isto? pois não sabiam o que era. Disse-lhes Moisés: Isto é o pão que o Senhor vos dá para vosso alimento.
Deu-lhe a casa de Israel o nome de “Maná”...
Êxodo 16:14-15,31a



“Que é isto?”

Foi desta pergunta, no hebraico, que surgiu o nome “Maná”, tendo uma grafia e som idênticos.




Durante os meus sessenta e dois anos, nunca tive um período de abastança; normalmente tenho tido pouco e, às vezes, um pouco mais. Mas, nos momentos mais difíceis, verifiquei que, com arte e engenho, consigo ter o suficiente. É aí que a providência de Deus se tem manifestado.
Por isso, até hoje, sempre honrei os meus compromissos, nunca pedi dinheiro emprestado e, contra todas as expectativas de alguém com responsabilidades familiares e baixo rendimento, nunca contraí dívidas.

Uma das fases financeiramente mais difíceis da minha vida, ocorreu nos anos 80. Quando penso nisso ainda me dá graça a forma como ultrapassávamos os problemas.
Os meus filhos sempre tiveram uma alimentação saudável, mas a soja substituía a carne, o pão de aveia era feito por nós, os iogurtes eram confeccionados na panela de pressão ou com flor de fungo e..., podia dar tantos outros exemplos.
A medicação para o meu filho (asmático) era caríssima, mas havia sempre algum adorno da casa que eu podia vender para arranjar dinheiro.
Os trabalhos de sapateiro, cabeleireiro, modista, tricote, electricista, canalizador e vários outros eram feitos por mim.
Muitos dos livros escolares eram fotocópias.
Algumas compras eram repostas nas prateleiras do supermercado por não serem prioritárias.
Enfim, o meu poder criativo estava sempre a ser posto à prova, mas Deus dava-me as ferramentas mentais necessárias.
Ele nunca nos abandonou!

Segredo - Nós não éramos amargos, antes, todos os resultados se tornavam grandes conquistas e divertíamo-nos muito com todas as coisas por mais pequenas que fossem.
Na verdade as crianças não podiam esbanjar, ou ter brinquedos da moda, ou usar roupas de marca, mas tinham direito ao melhor para crescerem com dignidade, saúde e alegria.
Eles estavam na ginástica e na escola de música, tinham as suas festinhas de aniversário e iam aos acampamentos bíblicos de verão, porque eu achava isso necessário.
Da mesma forma, nunca lhes faltou praia, campo, passeios e, ainda, roteiros culturais através das “borlas” ou promoções que conseguia para irmos ao teatro, cinema, museus, concertos, etc.
Era uma aventura constante!

Estou a falar disto, primeiro porque já é passado (eu não gosto de me expor), depois, pelo que vem a seguir.

Um dia, esgotou-se o dinheiro e o meu poder criativo.
Faltava muito para o fim do mês, eu sentia-me cansada e ansiosa. Cinco mil escudos era um valor que resolveria a situação imediata, mas como consegui-los?...
Confiar na providência divina é um bom exercício para os crentes, só assim, as responsabilidades que carregamos e os problemas que enfrentamos, podem transformar-se em vitórias e contentamento. Por isso, pedi-Lhe ajuda.

No dia seguinte, fui à caixa de correio e, lá, encontrei um envelope completamente branco, sem remetente, sem destinatário, sem um bilhete.

“Que é isto?” perguntei-me.

Dentro do envelope uma nota de 5.000$00.



Até hoje, não sei quem foi o benemérito e, como não costumo queixar-me e sempre resolvi os problemas a sós com Deus, não tenho suspeitos.
Também nunca me preocupei em saber quem foi porque, apesar da imensa gratidão que tenho ao anónimo, estou grata, sobre tudo, ao meu Senhor. Naquele dia, Ele enviou-me o “Maná”!

É minha convicção que o suficiente me chega; mais que isso, é uma bênção acrescida. Têm havido alturas da minha vida de desafogo completo, mesmo sem fartura, mas eu não me iludo com o muito e sei viver com o pouco.
Deus sempre me faz lembrar:

“Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com acções de graças.” – Filipenses 4: 6

2 comentários:

Anónimo disse...

Mimi querida, suas palavras são verdadeiras. Tantas vezes presenciei seus relacionamentos com seus filhos. Frutos de relacionamentos com Deus. Isto prova o versículo: Nem só de pão vive o homem, mas da Palavra de Deus. Viver pela Graça é como voces viveram. Como valeu a pena confiar em Deus. Hojes voces filhos adultos, amadurecidos. Vejo muitos pais com dinheiro e uma montanha de problemas com os filhos que já são grandes com cabeça de criança. Não faltou dinheiro, brinquedos caros, viagens caras, banquetes, mas faltou Deus.
beijo no coração
Marisa Braig

Débora disse...

... e tantas mais histórias que havia para contar.
Também me lembro quando não tinhamos dinheiro para ir às compras e a tia foi-nos visitar levando sacos de compras.
Apesar das dificuldades somos uma família feliz, alegre e unida.
O nosso Deus é assim.