"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


domingo, 30 de março de 2014

A Mensagem da Cruz

Há um texto de autor desconhecido, sob o título “A Piscina e a Cruz”, que relata a forma como um homem foi tocado pela imagem da cruz. A história é mais ou menos assim:

Certa noite, um homem terá subido a uma prancha e, quando abriu os braços para preparar o salto para a água, viu que a sua sombra reflectia a imagem de uma cruz.
Ele ficou uns momentos a contemplar aquela sombra, pensou no sacrifício salvífico de Cristo e lembrou-se de como andava longe de Deus; nessa altura, experimentou uma enorme sensação de paz e reconhecimento. Desistiu de saltar, desceu os degraus e sentou-se com os pés dentro da piscina, foi então que percebeu que alguém a tinha esvaziado.
Afinal, a imagem da cruz que o fez parar e meditar acerca da salvação espiritual, também o salvara da morte física... Deus tinha acabado de lhe dar uma oportunidade de reconciliação.

Deus tem um plano para cada um de nós e utiliza meios incríveis para chegar ao coração dos homens. Pois, quando reflectimos no amor de Deus e aceitamos a sua graça, recebemos cura para os nossos pecados.

A sombra da cruz é o nosso abrigo e símbolo de salvação, ficar aos pés da cruz lembra-nos que somos pecadores e que Cristo suporta a nossa caminhada.

“Pois a mensagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.” – I Coríntios 1:18

Está a chegar o tempo em que celebramos a morte e ressurreição de Cristo, boa altura para reflectirmos sobre a nossa salvação.
Eu amo a mensagem da cruz!

domingo, 23 de março de 2014

“Os Grandes Portugueses”

Lembram-se?
A 25 de Março de 2007 foram declarados os resultados de uma votação (RTP) acerca dos portugueses considerados “Grandes” pelos seus feitos.
Depois de um primeiro rastreio, ficaram seleccionadas 100 personalidades. Dessas saíram os 10 melhor classificados, sendo que, cada um teve uma personalidade da cultura portuguesa, para incentivar ao voto. Por fim, os telespectadores votaram.
O primeiro lugar coube a António de Oliveira Salazar, com 41% da preferência dos portugueses.

Pois é, como acontece com tudo, nem todos estamos de acordo, mas, mais do que uma questão de escolha ou opinião, acho que temos uma memória e conhecimento histórico muito reduzidos.
Sem dúvida, para mim, jamais o 1º lugar (ou qualquer outra classificação) teria sido atribuído a alguém que fomentou o obscurantismo e o analfabetismo, que perseguiu o direito à diferença religiosa e política, que desencadeou várias frentes de guerra, que privou os cidadãos de votar, que levou a repressão ao máximo (prisão, tortura e morte) …

Bom, a vocação do meu blogue não é discutir política, estou a fazer esta chama porque, em 19º lugar desse mesmo concurso ficou alguém que, não fosse o desconhecimento e desinteresse dos portugueses pela Palavra de Deus teria figurado, pelo menos, nos 10 primeiros.
Ainda assim, reconheço que tendo a certeza que a maioria do povo não sabe de quem se trata, é um honroso lugar.

“Feliz é o homem que acha sabedoria e o homem que adquire conhecimento.” – Provérbios 3:13

Refiro-me a João Ferreira Annes D’Almeida (1628-1691), ele foi, nada mais, nada menos, que o homem que trouxe até nós a Palavra de Deus em língua portuguesa.


 
Filho de pais católicos nasceu em Torre de Tavares, no concelho de Mangualde. Tendo ficado órfão ainda criança, foi criado por um tio sacerdote de uma ordem religiosa em Lisboa.
Aos 13 anos, viajou para a Holanda e, pouco tempo depois, para a Ásia. Na viagem, entre Batávia e Malaca, teve acesso a um folheto protestante, escrito em castelhano, com o título “Diferenças da Cristandade” (que denunciava algumas doutrinas e conceitos católicos anti-bíblicos), mal sabendo que aquela leitura ia decidir o rumo da sua vida.
O impacto foi tal que, ao chegar a Malaca, procurou uma Igreja Reformada Holandesa, onde se converteu e, imediatamente, resolveu dedicar-se à tradução da Bíblia Sagrada, do castelhano para português (língua mais falada em muitas zonas da Índia e do sudeste da Ásia).
Para aumentar os seus conhecimentos bíblicos e teológicos, estudou durante três anos no Seminário da Igreja Reformada Holandesa, acumulando com os estudos, a tradução de livros, o ensino de português a pastores e o auxílio nos ministérios da igreja. Ao terminar o seminário, teve um estágio de dois anos e foi ordenado pastor. Tinha então 28 anos.
Entretanto, já casado com Lucrécia Valcoa de Lemos (de quem teve um casal de filhos), foi indicado para o Presbitério em Ceilão, onde assumiu o pastorado. Ali, foi perseguido pela igreja romana por pregar em português e contra certas tradições dos católicos.
Em 1663 regressou à Batávia, onde foi colocado como pastor e estudou grego e hebraico, retomando, então, o trabalho de tradução da Bíblia.
Em 1676, terminou o Novo Testamento e em 1681 saiu a primeira edição impressa. Traduziu ainda a maior parte do Antigo Testamento (faltando o final do livro de Ezequiel, o livro de Daniel e os livros dos Profetas Menores), até que o Senhor o chamou, tendo morrido em 1691 na Batávia.

Homenagem a J.F.Almeida, na sua terra
natal, pelos 300 anos da 1ª publicação
do Novo Testamento


Pela sua dedicação à Palavra de Deus;
por nos ter deixado a mais lida tradução da Bíblia em língua portuguesa;
porque através do seu trabalho muitos portugueses puderam chegar ao conhecimento do Evangelho;
porque ainda hoje podemos disfrutar desse seu trabalho…,
a minha imensa gratidão a João Ferreira de Almeida, um “Grande Português”!




“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade.”
II Timóteo 2:15

domingo, 16 de março de 2014

Primavera

Gosto de chegadas! 

Por isso, estou expectante e contente, ela está mesmo a chegar…
Sei que, na bagagem, traz flores, aves, sol ameno, borboletas e frutos; na mala de mão vem música, cor, aroma e beleza.
Tudo em bom, é a Primavera!

Arrisco dizer que é a mais bela das quatro estações. Nela, a própria natureza se renova e exalta o Criador; Deus oferece-nos formosura e a poesia acontece…


“Porque eis que passou o inverno, cessou a chuva e se foi; aparecem as flores na terra, chegou o tempo de cantarem as aves e a voz da rola ouve-se em nossa terra. A figueira começou a dar os seus figos e as vides em flor exalam o seu aroma...” - Cantares 2: 11-13

Podemos dizer que esta é a época da reactivação da vida e da liberdade.

A páscoa judaica ocorria na primavera e comemorava a libertação do povo de Israel da escravidão egípcia rumo à terra prometida; e, foi por altura dos festejos que se deu a primavera messiânica pois, com a morte e ressurreição de Cristo, recebemos o direito a ser renovados e livres.

Logo, primavera é altura de celebração e renovação. Precisamos de viver intensamente cada detalhe das maravilhas desta estação; precisamos de glorificar o Senhor da nossa libertação; precisamos de nos preparar para viver a Primavera Eterna.

Bem-vinda!

 
Ode à Primavera

A vida anda possessa de Poesia!
Anda prenha de mosto!
Ou é da luz do dia,
Ou é da cor do rosto,
Ou então quer abrir-se, neste gosto
De pão com todo o sal que lhe cabia!

Tem narcisos de amor no coração,
Folhas de acanto nos sentidos!
E carícias na mão
A espreitar dos tendões adormecidos!

Toca-se numa pedra, e ela treme!
Murmura-se uma prece, e a boca grita!
A rabiça do arado é como um leme
Sobre a terra que ondula e ressuscita!
Quem avoluma a sombra, ou quem a teme?
Cada presença é um hino que palpita!
E se na estrada alguém discorda e geme,
Ninguém que vai no sonho o acredita!

Serás tu, Primavera?
Tu, com frutos na rama do futuro,
Com sementes nos pés
E flores inúteis sobre cada muro,
Contentes só da graça que tu és!

Miguel Torga - in "Odes", 1946

sábado, 8 de março de 2014

Dia da Mulher

Isto do Dia da Mulher, sim ou não?

Costuma dizer-se que “a excepção confirma a regra”. E, é verdade!
Com todo o respeito por esses seres maravilhosos que são os homens, a verdade é que as sociedades e as mentalidades ainda não mudaram o suficiente e as elogiosas excepções confirmam que, por regra, as mulheres são o alvo preferencial de ostracismo, violência física e psicológica, discriminação, escravatura, prostituição, tráfico… sei lá…

Há sociedades e núcleos familiares onde as mulheres são tão inferiorizadas que mesmo sendo mais sensíveis, mais perspicazes, mais frágeis e mais fortes, mais carinhosas, mais arrebatadas, melhores gestoras e outros “mais” e “melhores”, não têm valor de gente.


Na época de Jesus, quando o sistema político e religioso era, por definição, repressivo para as mulheres, o conceito que Ele tinha sobre as mulheres era diferente. Jesus foi completamente revolucionário.
Vejamos alguns exemplos da sua atitude:


- As mulheres estavam proibidas de falar com homens desconhecidos em público; Jesus meteu conversa com a samaritana, questionou-a e deu-lhe uma missão (João4:7-29);
- As filhas não eram valorizadas, ao ponto do sexo feminino não entrar nas estatísticas; Jesus ressuscitou a filha de Jairo (Marcos 5:41,42);
- As mulheres eram mantidas na ignorância; Jesus ensinava-as, algumas aprenderam sentadas aos seus pés (Lucas 10:39);
- As mulheres não podiam estar junto aos homens no templo; Jesus tinha seguidoras no grupo dos seus discípulos (Lucas 8:1-3);
- A palavra das mulheres não era tida como fiável; Jesus escolheu-as para primeiras testemunhas e divulgadoras da ressurreição (Mateus 28:9,10);
- A lei acerca do adultério sendo penalizadora para homens e mulheres, era especialmente aplicada às mulheres; Jesus mostrou que o pecado não escolhe género e o perdão é acessível a todos (João 8:3-7);
- As mulheres nunca serviam de exemplo positivo; Jesus ilustrou o cuidado e constante procura de Deus pela humanidade perdida, com uma parábola que distinguia a diligência, perseverança e alegria de uma mulher (Lucas 15:8-10).

Jesus abriu portas à igualdade de condições e respeitabilidade humanas, mas passados mais de 2000 anos, a situação da mulher na sociedade continua a ser discriminativa.

 
Pelas piores razões o Dia da Mulher, sim!

Que a nossa oração de hoje seja direccionada a favor das mulheres que sofrem; que este dia sirva para lembrar que as mulheres são seres humanos todos os dias e em qualquer parte do mundo.

sábado, 1 de março de 2014

Com Amor e Humor

Ainda sobre a oração e as formas como Deus responde, lembrei-me de uma história que li quando era adolescente e que ilustrei e usei várias vezes em aulas para crianças.
Não me recordo onde a li, nem se é um relato verídico ou de ficção e não sei onde ficaram os meus desenhos. Porém, lembro-me bem do conteúdo e da conclusão da história.

Num casebre isolado, nos Alpes Suíços, viviam avó e neto. A mulher, apesar de ser idosa e pobre, tinha ficado com o garoto de oito anos desde a morte dos pais.
Todos os dias, à hora da ceia, o neto lia uma passagem da velha Bíblia e oravam juntos.

Durante um nevão e sem poderem deslocar-se, os alimentos acabaram, mas a velha senhora animou o neto com a esperança de que Deus não ia abandoná-los. Sem ceia e com muito frio eles deitaram-se mais cedo, mas antes o garoto leu a Bíblia à fraca luz da vela e a avó orou:

“Senhor, tu sabes que não temos comer e não podemos ir à vila. Por favor cuida de nós, envia-nos pão…”

Nessa mesma altura, aproveitando a intempérie, dois jovens meliantes, com intenção de roubar e sabendo da dificuldade de serem apanhados, espreitavam por um vidro partido.
Depois do que viram e ouviram, olharam um para o outro, afastaram-se e riram do disparate daquela velha que, já não bastava achar que Deus existia, como ainda lhe pedia pão. Foi então que tiveram uma ideia genial e hilariante.

No dia seguinte, ainda cedo, puseram o seu plano em acção, foram até à casa e, silenciosamente, subiram ao telhado e deitaram pão pela chaminé.

Eles riram muito, mas quando foram espiar pelo tal vidro partido, encontraram avó e neto de joelhos a agradecer a Deus por ter respondido à sua oração.

“Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem d’Ele se aproxima precisa crer que Ele existe e que recompensa aqueles que O buscam.” Hebreus 11:6

O barulho junto à casa surpreendeu a mulher que, depois de ver os moços lá fora, ficou preocupada devido às condições do tempo e, pensando que estavam perdidos, convidou-os a entrar e dividiu o pão fresco que Deus tinha acabado de lhes mandar.

E, porque Deus é misericordioso e muito bem-disposto, não só mandou o alimento de uma forma inusitada, mas também levou os jovens ladrões ao conhecimento do Evangelho.