"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


sábado, 26 de março de 2011

Pegadas na Areia


“Em toda a angústia deles foi Ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor, e pela sua compaixão Ele os remiu, os tomou e os carregou todos os dias do passado.”
Isaías 63: 9

Há uma forte probabilidade da maioria dos portugueses adultos já terem lido, pelo menos uma vez, o poema (escrito em 1964) que se vulgarizou como “Pegadas na Areia”.
Quem acredita em Deus, e quem não acredita, tem-no utilizado em mensagens de conforto porque, na verdade, ninguém fica indiferente à profundidade dessa obra traduzida em diversas línguas e comercializada das mais diversas formas.
Porém, ainda poucos conhecem a sua origem.
Margaret Fishback Powers

Em 1993 a autora publicou um livro onde conta a história que deu origem ao poema. Em 2009, saiu a versão portuguesa.
Com a sua leitura, constatei que se trata de uma grande e inspiradora experiência de fé..., quase uma aventura. Mas, já que o livro é auto-biográfico, não quero exceder-me em revelações, somente dizer que vale a pena ser lido e sugerir que o dêem de oferta a amigos descrentes.







Título: Pegadas na Areia
Autora: Margaret Fishback Powers
Editora: Estrela Polar
Venda: Grandes superfícies e livrarias




Uma noite tive um sonho.
Estava a passear na praia com o meu Senhor.
Pelo céu escuro, passavam cenas da minha vida.
Por cada cena, percebi que eram deixados dois pares
de pegadas na areia,
um que me pertencia
e outro ao meu Senhor.

Quando a última cena da minha vida passou perante mim
olhei para trás, para as pegadas na areia.
Havia apenas um par de pegadas.
Apercebi-me de que eram os momentos mais difíceis
e tristes da minha vida.
Isso sempre me incomodou
e interroguei o Senhor
sobre o meu dilema.

"Senhor, quando decidi seguir-Te, disseste-me
que caminharias ao meu lado
e falarias comigo durante todo o caminho.
Mas apercebo-me de que,
durante os momentos mais atormentados da minha vida,
há apenas um par de pegadas.
Não percebo por que razão, quando mais precisei de Ti,
Tu me deixastes."

Ele segredou: "Meu precioso filho,
Eu amo-te e nunca te deixarei
nas horas de provação e de sofrimento. Nunca.
Quando vistes na areia apenas um par de pegadas,
foi porque Eu te carreguei no colo."

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tempo de Poesia


Hoje celebra-se o Dia Mundial da Poesia, proclamado pela UNESCO em 1999.

A poesia pertence a um género literário que explora a musicalidade das palavras e faz, através das suas imagens, sugerir emoções, despertar sentimentos e produzir contemplação.
O texto não é, necessariamente, escrito em verso, mas, quando se trata da letra para um hino, a poesia é rimada e acompanhada por uma composição musical.

A Bíblia tem uma vasta obra poética. Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares formam a divisão dos livros poéticos das Escrituras. Aliás, basta ficarmos atentos ao ritmo e harmonia desses textos, para adivinharmos o seu estilo. No caso concreto dos Salmos, sabemos que muitos foram musicados e cantados.


O Salmo 121, uma das mais belas declarações de confiança em Deus, é um dos meus favoritos, pela estética, pela mensagem e pela sabedoria com que as verdades espirituais são retratadas, é o poema que escolhi para comemorar este dia.
Caracterizado como "cântico de romagem", destinado a música vocal, era cantado pelos peregrinos quando iam às festas em Jerusalém.
Aqui fica uma versão de língua portuguesa, que conheço desde a infância e que trauteio com frequência.

SALMO 121

Para os montes olharei, donde me vem salvação?
Meu socorro vem de Deus, o Senhor da criação.

Pelo meio dos perigos, não te deixará cair;
quem a Israel guardava, não dormiu, nem vai dormir.

O Senhor é quem te guarda; sombra à tua destra está,
nem de dia, nem de noite, sol ou lua ofenderá.

O Senhor é quem te guarda; guardará de todo o mal,
tua entrada e saída, desde agora e até final.

Autor – não identificado, in Bíblia Sagrada
Versão Portuguesa – autor/compositor brasileiro (desconheço a identidade), in A Voz Missionária

sexta-feira, 11 de março de 2011

Jesus - Eu Sou

Em todo o evangelho de João a principal figura é Jesus e a ênfase especial é a sua divindade e aquilo que representa para nós.

Afinal, quem é esse Jesus que, ao lermos este evangelho, somos impelidos a adorar?

Pelas suas próprias palavras, Jesus fez uma série de afirmações directas (7), utilizando imagens simbólicas que favorecem a nossa compreensão.





        EU SOU...





O Pão da vida (6: 35) – sacia a fome espiritual dos que vão até Ele;

A Luz do mundo (8: 12) – põe as trevas fora da vida de quem o segue;

A Porta (10: 7, 9) – garante o acesso ao Pai;

O Bom Pastor (10: 11, 14) – dá a vida por nós e conhece-nos de forma pessoal;

A Ressurreição e a Vida (11: 25) – transforma a realidade da morte para os que crêem;

O Caminho, a Verdade e a Vida (14: 6) – é o único veículo libertador para uma vida com Deus;

A Videira verdadeira (15: 1, 5) – pertencendo ao Corpo de Cristo podemos produzir muito fruto que glorifique a Deus.

Ainda, neste mesmo evangelho, Jesus deixa-se reconhecer e confirma ser:

O Messias (4: 25, 26) – o Cristo, o Rei ungido que oferece salvação e liberdade;

O Filho do Homem (8: 28) – o cumprimento das profecias messiânicas do V.T. ao ser homem;

O Filho de Deus (10: 36) – a expressão pessoal de Deus, manifestada em forma humana;

Mestre e Senhor (13: 13) – o exemplo físico e divino de serviço e humildade.

Em todos estes atributos, encontramos a expressão EU SOU, mas quanto a mim, esta denominação toma mais relevância quando é apresentada isoladamente (8: 24, 28, 58), pois é a confirmação cabal de que Jesus é Deus com o Pai (10: 30; 12: 45; 14: 9).
Aliás, o evangelho de João começa por reconhecer isso mesmo, quando afirma que, mesmo antes de haver tempo, Jesus existia na essência de Deus.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o VERBO era Deus.” – João 1: 1

“Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que EU SOU, e que nada faço por mim mesmo; mas falo como meu Pai me ensinou.”
João 8: 28

“Verbo” e “Eu Sou”, a confirmação plena de que estamos a falar do Deus eterno, eu gosto muito disso!

sábado, 5 de março de 2011

Crentes e Participantes

Volto ao último tema porque, enquanto escrevia, esteve muito presente em mim a ideia do corpo de Cristo.

“Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função; assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros.” – Romanos 12: 4-5
Quando nos convertemos, passamos a fazer parte do corpo de Cristo e somos coagidos ao dever de praticar a fé. Porém, muitos crentes têm a ideia de que não é importante a sua participação activa na comunidade religiosa e no mundo, quer dizer, basta ir aos cultos (ou talvez não) e a prática da fé está cumprida.
Por isso, a figura do corpo é muito eficaz para explicar a Igreja. O corpo é constituído por diversas partes e órgãos responsáveis por uma ou mais funções, porque nele nada está ao acaso, nem a mais pequena célula. Da mesma forma, também o grupo de crentes é composto de muitas e diferentes vocações, capacidades, formação, dons e maturidade espiritual. Logo, devem complementar-se, tornando a Igreja viva e actuante.

Não pretendo fazer uma exposição exaustiva sobre o assunto, mas convém deixar claro que todos os crentes são importantes porque, a cabeça é Cristo, a quem pertence o comando, mas ao corpo compete obedecer e agir.

“Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo. E também há diversidade nos serviços, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade nas realizações, mas o mesmo Deus é que opera tudo em todos. A manifestação do Espírito é concedida a cada um, visando a um fim proveitoso.”
I Coríntios 12: 4-7

Há uns anos atrás durante um retiro da União Bíblica e no decorrer de um estudo sobre dons, uma senhora, com  perto de setenta anos, interrompeu o palestrante e disse convicta: “Eu sei qual é o meu dom. Eu faço a limpeza da minha igreja!”
Virei a cabeça na sua direcção e fiquei com as lágrimas nos olhos, não porque ache que, em si, fazer a limpeza seja um dom, mas porque servir é um dom e porque aquela mulher simples expressou uma enorme gratidão a Deus nas suas palavras.
Depois, sorri e fiquei a imaginar como aquela Casa de Oração devia cheirar a limpeza e reflectir o toque que só a sensibilidade das mulheres permite.

Trabalho que não agrada; trabalho não valorizado; trabalho que não é realizado à vista dos outros…, mas, seja qual for o serviço, mesmo o mais modesto, quando é feito com alegria e humildade, agrada a Deus.

Grande lição, nunca mais esqueci!