Faz hoje 45 anos que a ONU e a UNESCO declararam este dia como o “Dia Internacional da Alfabetização”, com o propósito de alertar a consciência da sociedade internacional para um compromisso mundial para o desenvolvimento e a educação.
Portugal, apesar dos progressos verificados após a Revolução, tem ainda uma parte significativa de população analfabeta (9 em cada 100 portugueses continuam sem saber ler e escrever).
Sendo que alfabetização e literacia não são sinónimas, creio que os números apurados pecam por defeito pois juntar letras e ler palavras, não é o mesmo que entender o texto.
Porque é que trago aqui este tema, para além da efeméride?
É simples, tem tudo a ver com as Sagradas Escrituras.
A educação sempre teve um papel importante no desempenho do povo de Deus. No Velho Testamento a aprendizagem da aliança de Deus com o seu povo foi recomendada para cada geração (Ex.: Deuteronómio 6:1-2); no Novo Testamento a educação teve especial destaque na igreja primitiva (Ex.: Actos 5:42; II Timóteo 2:15); nos nossos dias muitos são os pastores, teólogos e líderes que empenhadamente estudam e ensinam a Palavra.
Na verdade, não é à toa que os crentes estudiosos da Palavra de Deus, mesmo com pouca escolaridade, têm uma literacia superior à de outros cidadãos. É que o entendimento exegético e hermenêutico precisa de treino mental (discernimento).
Para isso e porque o tempo é de aperto (o preço dos artigos escolares, as matrículas e as propinas são praticamente insuportáveis), trago boas notícias:
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Matrícula – grátis para quem pedir a ajuda de Deus.
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Material escolar – a Bíblia Sagrada, caderno e caneta (há livros de apoio, mas não são obrigatórios).
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Local de aprendizagem – o nosso próprio lar e a igreja mais próxima (há Escolas Bíblicas e Seminários, mas nem todos têm que frequentar).
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Tempo de estudo – o estipulado pelos horários da comunidade religiosa e mais o que individualmente dispusermos.
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Método – Leitura atenta (pelo próprio ou outro) da Bíblia; reflexão; anotação das propostas do texto; pesquisa; anotação de dúvidas; pedido de auxílio ao pastor ou a um crente mais experimentado; estar focado nos objectivos das lições e pregações na igreja; fazer o trabalho diário (praticar).
Muitos crentes são privilegiados, tal como foi Timóteo (e eu), já que desde a infância têm a oportunidade de aprender as Sagradas Letras. Mas, em qualquer altura da nossa vida se pode dar início ao estudo, não importa a idade para formar uma comunidade de estudantes da Palavra Deus (incluindo a alfabetização, se for necessário).
O crente deve superar-se, não pode desculpar-se com a sua ignorância, nem contentar-se com a sua inferioridade porque isso equivale a dizer que está deliberadamente a perder os tesouros escondidos na Palavra de Deus.
“Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica;
pois receberam a Palavra com toda a avidez,
examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram de facto assim.” – Actos 17:11