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sábado, 13 de outubro de 2012

Culpado… Procura-se!


Outro dia ia a caminhar quando reparei que, em sentido contrário, vinha uma jovem mulher de óculos escuros, fones e uma criança dos seus 4 anos pela mão. Já mais perto, atravessou uma rua sem cuidado, enquanto um homem muito idoso conduzia de marcha-atrás. Nenhum dos adultos tomou precauções (acho que nem se viram) e como me apercebi que a traseira do carro ia bater na criança, comecei a fazer sinal à jovem e a dizer “cuidado”, mas ela não ligou (não terá visto, nem ouvido).

Isso foi tudo mais rápido do que me parecia ser possível; quando elas subiram o passeio o carro devia estar a uns 10cm da criança.
Dois passos mais e estávamos a cruzar-nos. Eu disse-lhe do sucedido e da minha aflição para comunicar e a jovem respondeu: “Ah, não vi nada, eu venho a cantar e não reparei, mas também se acontecesse alguma coisa ele é que tinha culpa.” E seguiu.

Pois é, mais importante que as consequências está a busca por um culpado, com tanto que não sejamos nós próprios. Isto é assim desde o princípio. Lembram-se quando Adão colocou na Eva a culpa de ter comido o fruto?

Mas o pior é quando a procura do culpado assenta em Deus ou no Diabo. E há crentes que usam e abusam dessa perícia, “espiritualizando” todas as situações.

Permitam-me que comente duas histórias que, em diferentes oportunidades, ouvi da boca da mulher de um pastor.

1 – Aquando de uma lição da E.B.D. acerca do dízimo, deu o seguinte exemplo –
"Uma crente minha conhecida partiu um pé e, quando começou a ter despesas devido ao acidente, percebeu que Deus estava a castigá-la porque não tinha dado o dízimo. Eu nem precisei de dizer nada.”

Há seis anos atrás, parti um calcanhar. O que posso dizer é que dou graças a Deus por não ter procurado n’Ele o culpado. Eu estava no último degrau do escadote, a fazer equilíbrio num único pé, inclinada para a esquerda, no intuito de tirar um cortinado, sem ter de subir e descer constantemente.

2 – Numa reunião de oração, quando estava envolvida num projecto, compartilhou –
“Sempre que tenho um projecto na igreja, o Diabo fica a fazer-me frente o tempo todo. Ontem fui ao Shopping e quando ia a tirar o carro do estacionamento, bati numa coluna."

Já que não foi aselhice, nem distracção, a pergunta que me sugere é se o Diabo terá deslocado a coluna para deixar o carro mais apertado. Isto para não dizer que não precisamos de dar ideias ao diabo, ele é muito perspicaz.

Quando estamos na procura de um culpado, porque não primeiro pensarmos em nós próprios?
Temos de parar de transferir a responsabilidade do que de mau nos acontece para Deus ou para o Diabo; temos de assumir os nossos erros e arcar com as consequências.

“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia.” Provérbios 28:13

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