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domingo, 23 de março de 2014

“Os Grandes Portugueses”

Lembram-se?
A 25 de Março de 2007 foram declarados os resultados de uma votação (RTP) acerca dos portugueses considerados “Grandes” pelos seus feitos.
Depois de um primeiro rastreio, ficaram seleccionadas 100 personalidades. Dessas saíram os 10 melhor classificados, sendo que, cada um teve uma personalidade da cultura portuguesa, para incentivar ao voto. Por fim, os telespectadores votaram.
O primeiro lugar coube a António de Oliveira Salazar, com 41% da preferência dos portugueses.

Pois é, como acontece com tudo, nem todos estamos de acordo, mas, mais do que uma questão de escolha ou opinião, acho que temos uma memória e conhecimento histórico muito reduzidos.
Sem dúvida, para mim, jamais o 1º lugar (ou qualquer outra classificação) teria sido atribuído a alguém que fomentou o obscurantismo e o analfabetismo, que perseguiu o direito à diferença religiosa e política, que desencadeou várias frentes de guerra, que privou os cidadãos de votar, que levou a repressão ao máximo (prisão, tortura e morte) …

Bom, a vocação do meu blogue não é discutir política, estou a fazer esta chama porque, em 19º lugar desse mesmo concurso ficou alguém que, não fosse o desconhecimento e desinteresse dos portugueses pela Palavra de Deus teria figurado, pelo menos, nos 10 primeiros.
Ainda assim, reconheço que tendo a certeza que a maioria do povo não sabe de quem se trata, é um honroso lugar.

“Feliz é o homem que acha sabedoria e o homem que adquire conhecimento.” – Provérbios 3:13

Refiro-me a João Ferreira Annes D’Almeida (1628-1691), ele foi, nada mais, nada menos, que o homem que trouxe até nós a Palavra de Deus em língua portuguesa.


 
Filho de pais católicos nasceu em Torre de Tavares, no concelho de Mangualde. Tendo ficado órfão ainda criança, foi criado por um tio sacerdote de uma ordem religiosa em Lisboa.
Aos 13 anos, viajou para a Holanda e, pouco tempo depois, para a Ásia. Na viagem, entre Batávia e Malaca, teve acesso a um folheto protestante, escrito em castelhano, com o título “Diferenças da Cristandade” (que denunciava algumas doutrinas e conceitos católicos anti-bíblicos), mal sabendo que aquela leitura ia decidir o rumo da sua vida.
O impacto foi tal que, ao chegar a Malaca, procurou uma Igreja Reformada Holandesa, onde se converteu e, imediatamente, resolveu dedicar-se à tradução da Bíblia Sagrada, do castelhano para português (língua mais falada em muitas zonas da Índia e do sudeste da Ásia).
Para aumentar os seus conhecimentos bíblicos e teológicos, estudou durante três anos no Seminário da Igreja Reformada Holandesa, acumulando com os estudos, a tradução de livros, o ensino de português a pastores e o auxílio nos ministérios da igreja. Ao terminar o seminário, teve um estágio de dois anos e foi ordenado pastor. Tinha então 28 anos.
Entretanto, já casado com Lucrécia Valcoa de Lemos (de quem teve um casal de filhos), foi indicado para o Presbitério em Ceilão, onde assumiu o pastorado. Ali, foi perseguido pela igreja romana por pregar em português e contra certas tradições dos católicos.
Em 1663 regressou à Batávia, onde foi colocado como pastor e estudou grego e hebraico, retomando, então, o trabalho de tradução da Bíblia.
Em 1676, terminou o Novo Testamento e em 1681 saiu a primeira edição impressa. Traduziu ainda a maior parte do Antigo Testamento (faltando o final do livro de Ezequiel, o livro de Daniel e os livros dos Profetas Menores), até que o Senhor o chamou, tendo morrido em 1691 na Batávia.

Homenagem a J.F.Almeida, na sua terra
natal, pelos 300 anos da 1ª publicação
do Novo Testamento


Pela sua dedicação à Palavra de Deus;
por nos ter deixado a mais lida tradução da Bíblia em língua portuguesa;
porque através do seu trabalho muitos portugueses puderam chegar ao conhecimento do Evangelho;
porque ainda hoje podemos disfrutar desse seu trabalho…,
a minha imensa gratidão a João Ferreira de Almeida, um “Grande Português”!




“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade.”
II Timóteo 2:15

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá Mimi
a minha imensa gratidão a ele também.
beijos
Marisa