No princípio do séc. VII, o Papa
Bonifácio IV escolheu o dia 1 de Novembro para “Dia de Todos os Santos”, como
forma de celebrar “todos”, já que há mais “santos” do que dias no ano.
O “Dia de Finados” ou “Dia dos Fiéis
Defuntos” surgiu no séc. X, determinando que os monges rezassem por
todos os mortos, conhecidos ou não, religiosos ou leigos, de qualquer
lugar e de todos os tempos; no séc. XIII foi oficializado o dia 2 de Novembro para esta realização.
A tradição destas duas comemorações, em
abono da verdade, não tem nenhum fundamento bíblico, nem espiritual.
O dia 1 valia pelo facto de ser feriado o
que permitia mais um dia de descanso ou de folia, sempre bem-vindo, mas acabou;
o dia 2, com um significado mais popular, só vale pelo embelezamento dos
cemitérios (muitas vezes esquecidos durante todo o ano).
A Bíblia é clara:
1 - Não fala de beatificação, nem de
canonização. Porém, diz que os salvos pelo sangue de Cristo, são santos
(termo descritivo que quer dizer “separados”).
“Mas haveis sido lavados, mas haveis
sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo
Espírito do nosso Deus.” – I Coríntios 6:11
2 - Não há relato de que os apóstolos ou a igreja primitiva tenham orado aos
“santos”. Na realidade, além dos relatos contra imagens, as Escrituras mostram
que fora de Cristo não há acesso a Deus.
“Porque há um só Deus, e um só Mediador
entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” – I Timóteo 2:5
3 - Não há purgatório ou qualquer outra situação intermédia. Após a morte,
não existe possibilidade de purificação.
“Então dirá o Rei aos que estiverem à
sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos
está preparado desde a fundação do mundo;
Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” – Mateus 25:
34, 41
4 - As rezas, orações e promessas pelos mortos não têm efeito. A
salvação é pessoal e em consciência pelo que tem de ser tomada em vida.
“Na verdade, na verdade vos digo que
quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e
não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” – João 5:24
Quando Jesus disse que cabe aos mortos
cuidar e enterrar os seus mortos (Mateus 8:22), estava a deixar claro que temos
de cuidar dos vivos, anunciando o Evangelho da salvação.