"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


quinta-feira, 16 de setembro de 2010

À Prova de Fé

O Homem tinha acabado de chegar a casa, cansado, com os pés doridos e a roupa empoeirada. Naquela altura, o que mais queria era refrescar-se e dormir um pouco. Porém, Ele tinha-se tornado muito conhecido pelas coisas que fazia e dizia e, ainda mal tinha descalçado as sandálias, já imensos curiosos lhe enchiam a casa, ao ponto da entrada ficar obstruída.
Também no lado de fora, muita gente, descontroladamente, espreitava pondo-se em bicos de pés e encavalitando-se uns sobre os outros. Só ouvi-lo não era suficiente, também queriam vê-lo.

Cheio de paciência, Ele sentou-se e começou a ensinar o Evangelho.

De repente, desencadeou-se um tumulto. A coisa não estava fácil, tinham chegado quatro homens transportando um catre onde jazia um entrevado e, a todo o custo, tentavam passar para entrar na casa empurrando aqui e ali. Os que chegaram primeiro, incomodados, não os deixavam passar, esbracejavam com mal contida fúria e acotovelavam os intrusos; os quatro homens continuavam a querer furar caminho e nada...
Foi então que um deles teve uma ideia genial, porque não subir ao terraço, fazer um buraco e introduzir o amigo doente na casa? Depois de algumas indecisões, encheram-se de coragem e, ignorando as críticas de alguns que os achavam loucos, foram em frente com o plano.

Subir com aquele peso foi uma experiência para esquecer… problema sobre problema. Tropeçaram, o entrevado temia cair, as teias de aranha prendiam-se aos cabelos, o pó colava-se ao suor provocando uma máscara suja. Chegar ao terraço foi arriscado, mas conseguiram.
Pousaram o catre, respiraram fundo, fizeram movimentos de descontracção muscular e, determinados, calcularam o sítio onde normalmente, na sala  em baixo, estaria o anfitrião; depois, retiraram algumas lajes de barro e desceram o catre.
Missão cumprida, apesar dos problemas, das dificuldades e dos muitos riscos, eis que o amigo estava frente-a-frente com o Homem. A multidão inquietou-se, todos tinham os olhos arregalados. Ele pára de falar, sorri exultando de alegria ao ver a fé daqueles cinco e, reconhecendo que o entrevado estava à sua disposição para ser servido como testemunho, abençoa-o com palavras de perdão.

Entre os presentes, estavam os que copiavam as Escrituras (e bem as conheciam). Ao ouvir falar de perdão, ficaram de sobrolho levantado e, confusos, cochicharam uns com os outros reprovando tal atrevimento; na verdade só Deus tinha poder para perdoar pecados. Achavam aquelas palavras fáceis porque não havia nenhum resultado visível para confirmar o que acabavam de ouvir.
O Homem continuava com um suave sorriso, cheio de compaixão pela ignorância dos doutores. Com que então, dizer que os pecados estavam perdoados era fácil? Era necessário algo de espectacular para Ele ser reconhecido?

Os intelectuais não percebiam nada!

Esse Homem, de nome Jesus, tinha acabado de fazer uma cura espiritual a um indivíduo que cheio de dificuldades tinha ido até Ele movido pela fé, sem pedir mais nada, mas para os doutores isso não era suficiente.
Jesus olha para o entrevado e, para lhes mostrar a sua autoridade para perdoar, manda-o levantar e ir para casa pelo seu pé. E, o até então doente, não teve dúvidas, levantou-se e foi-se embora com a cama às costas, sem sequer coxear. Nessa altura, os que assistiam, ainda embasbacados, aplaudiram o feito dando glória a Deus.

Este é o relato bíblico de Marcos 2: 1-12 visto á minha maneira.
Problemas – Dificuldades – Dúvidas – Receios – Riscos; e Fé.

Moral da história:
1- Muitas vezes ficamos impedidos de estar com Jesus porque estamos cheios de problemas, afazeres e dificuldades. Aqui, aprendemos que afastar as teias de aranha que temos na nossa vida, ser teimosos e ousados, são atitudes que podem levar a resultados surpreendentes.
2- Muitas vezes pedimos, imploramos e exigimos a Deus por cura física e bem-estar social. Aqui, aprendemos que para ir até ao trono, a principal motivação tem de ser a fé, o gozo da presença divina e o perdão.
3- Muitas vezes queremos dar nas vistas, queremos experiências palpáveis e bombásticas. Aqui aprendemos que o mais importante pode não se ver com os olhos da carne, mas requer que arrisquemos ficar à disposição do Mestre para que se sirva da nossa vida.

“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”
Hebreus 11: 6

2 comentários:

Viviana disse...

Querida Mim

Mas que texto tão bem escrito!

Formidável!

Uma preciosidade, amiga.

Gostei tanto, mas tanto!...

Quando o Jorge e o Zé chegarem a casa vou-lho ler.

Um grande abraço e...continue a escrever.

Viviana

Maria disse...

Obrigada amiga, a principal beneficiada sou sempre eu.
Amo a Palavra de Deus!
Beijos para todos.