E então?
Há coisas de que só abdico se forem muito bem explicadas e convincentes; e, sim, fico profundamente triste com certos argumentos e decisões, indigno-me e não me silencio.
É que, a vida da igreja local, quando não é alimentada nos seus reais objectivos, pode tornar-se um meio de subsistência para alguém, um enaltecer do ego para alguns, ou, ainda, o saciar do cumprimento religioso de outros, mas não dignifica o nosso carácter de filhos do Altíssimo.
A presunção de líderes que fazem do ministério um emprego livre e não um sacerdócio e a displicência com que tomam decisões unilateralmente, o silencioso “consentimento” da membresia, só pode ter como resultado: falta de crescimento da igreja, crentes despojados e descrentes estimulados à dúvida e à crítica.
A igreja tem de ser um corpo vivo e actuante, não pode tirar férias. O crente pode ausentar-se por alguns dias, mas tem que programar esse período de forma a deixar alguém no seu lugar, para que as actividades não parem. Os diferentes departamentos devem planear actividades de acordo com as disponibilidades. O líder não pode descurar a missão a que foi chamado e sair sempre que há fins-de-semana prolongados, nem fazer férias de Natal, Carnaval, Páscoa e Verão, como se não tenha obrigações; não deve entregar o púlpito a qualquer um, não pode reduzir o trabalho da igreja a um culto semanal quando lhe convém.
A igreja é formada por pessoas que necessitam de comunhão e cuidados espirituais.
- Que faria aos seus utentes um hospital que fechasse para férias?
- Não será normal uma igreja estar operante para receber crentes de outras comunidades que queiram cultuar na sua zona de férias?
- Todos os membros têm poder financeiro para fazer férias fora de casa e portanto não ficarem dependentes da sua igreja para congregar?
- Mesmo que a assistência baixe um pouco, o versículo de Mat. 18:20 “Onde estiverem dois ou três, reunidos em meu nome, Eu estarei no meio deles” não é válido dentro da igreja?
- E, se Deus fechasse para férias?
Por este andar, quem sabe se, depois dos serviços mínimos, um dia não se cancelam mesmo todos os cultos e ao chegar à igreja nos deparemos com um dístico:
Eu por mim quero uma igreja aberta e continuo a dizer:
“Alegrei-me quando me disseram: vamos à casa do Senhor!” Salmo 122: 1
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