"PORQUE EU SEI QUE O MEU REDENTOR VIVE"


sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Votos de Ano Novo

No início de 2010 enviei aos meus amigos (nos quais me incluía) a seguinte mensagem de votos:

“Tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em acção, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai” – Colossenses 3: 17

É meu desejo e oração que em 2010 Deus vos conceda o suficiente; que possam manter a chama da fé sempre acesa; e que sintam o amor que tenho, diferente e especial, por cada um de vós. Shalom!

Nesta passagem de ano, venho prestar contas:

Tive paz com Deus; em nada me senti envergonhada, mesmo quando ofendida; não enriqueci, não me faltou o essencial, nem devo nada a ninguém; amei e fui amada; tomei decisões que me têm dado muita satisfação; a saúde foi equilibrada; disse e fiz aquilo que o coração mandou e a razão aprovou; o que não disse ou fiz, talvez não fosse importante ou oportuno e por isso Deus controlou; retratei-me naquilo que percebi ter feito mal; não foi tudo extraordinário, mas o óptimo é inimigo do bom e Deus deu-me a capacidade de olhar para as dificuldades e retirar delas ensinamento.

Enfim, tal como desejei, tive o suficiente. Deus seja louvado!

E, como parece que os tempos são maus, mantenho para 2011 os mesmos votos:
Que em paciência, amor, paz, saúde, dinheiro, valores morais e espirituais, em tudo… Deus vos (nos) conceda o suficiente!

“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim. Novas são cada manhã; grande é a Tua fidelidade.
A minha porção é o Senhor, diz a minha alma;
portanto esperarei n’Ele.” - Lamentações 3: 22-24

SHALOM!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Noite Santa



“Ora, havia naquela mesma comarca pastores que estavam no campo, e guardavam, durante as vigílias da noite, o seu rebanho.
E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor, e tiveram grande temor.
E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo. Pois, na cidade de David, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” - Lucas 2: 8-11

sábado, 18 de dezembro de 2010

O Verbo

João 1: 1-5, 9-14
Este é, para mim, o mais belo relato bíblico acerca do nascimento de Cristo


“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.
N’Ele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.

Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.
Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não O conheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não O receberam.
Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;
Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.
E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.”

sábado, 11 de dezembro de 2010

Natal sem Palavras

Aparentemente está quase tudo dito acerca do Natal. Hoje em dia, seja para protestar acerca do custo de vida, seja para enfatizar as festas, não há editorial, programa ou entrevista onde não se comente o Natal das crianças, da família, das prendas, das férias e da culinária.
Uma ou outra vez, há quem refira que a data comemora o nascimento do Filho de Deus.
E depois, há coisas que não se dizem e que muitos querem ignorar...
“Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.” – Lucas 2: 14

sábado, 4 de dezembro de 2010

O Presépio

As minhas crianças, que sabem acerca do Natal o suficiente para os seus quatro anos, passam o tempo à volta do presépio.
E, lá vão fazendo as suas perguntas: “O Jesus tinha frio?”; “A ovelhinha era do Jesus?”; “Porque é que a casa deles não tinha paredes?”; “Ó avó, a roupa do Jesus era de palha?”


Bom, o que eles ainda não podem entender é o exemplo de um homem e uma mulher extraordinários que para muita gente não são mais que meras figuras de presépio, mas sem os quais não haveria Natal – Maria e José.

Lucas 1: 26-38 – Maria sabe que vai ser mãe

O relato diz que ela ficou perturbada com a visita do anjo e a mensagem que ele trouxe.
Claro, Maria era virgem, nunca tivera relacionamento físico e, como se não bastasse, era desposada (promessa inviolável de compromisso, feita antes do casal coabitar). Tudo obstáculos para poder ser mãe…
Mas ela não recusou a ideia, com imensas dúvidas que a deixavam confusa, simplesmente questionou: como?
Depois, quando ficou a saber que era obra do poder de Deus, aceitou o arriscado privilégio sem temer as consequências que, em condições normais, a levariam a ser punida pela lei (Deuteronómio 22: 23-24).

“Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor;
cumpra-se em mim segundo a tua palavra...” – v. 38

Oh mulheres, mas que grande lição. Nós que vivemos numa sociedade de certezas e independência, que dispomos de recursos artificiais para concebermos, que temos ao dispor os mais variados métodos e meios para evitar os filhos, se fossemos confrontadas com uma situação igual à de Maria entrávamos em pânico. Talvez negássemos conhecer o Deus que nos fazia passar por tamanha vergonha e, se não houvesse uma saída minimamente credível para os outros, arranjávamos uma depressão.

Maria é um exemplo de serviço e lança-nos um desafio – que aceitemos a vontade de Deus, disponibilizando-nos para desempenhar qualquer trabalho, sem sentimentos de retracção ou de temor.

Mateus 1: 18-25 – José sabe que Maria vai ser mãe

José quando soube da gravidez de Maria ficou perplexo. Como não ficar? De certo, pensou que ela quebrara o compromisso que tinham.
Mas ele era um homem bom que, com certeza, mantinha uma boa relação com Deus e respeitava Maria. Só isso o podia levar a não querer difamá-la, nem condenar; não obstante, também não podia aceitar essa situação indigna por isso, após o impacto da notícia, pensou deixá-la sem dizer nada a ninguém.
Contudo, Deus revelou-lhe o seu propósito, incentivando-o a ultrapassar os preconceitos e as dúvidas.
E assim, José não só recebeu Maria como esposa (em sua casa), como respeitou aquela concepção tão especial e a preservou de ter relações até o bebé nascer.

“E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogénito;
e pôs-lhe por nome Jesus.” – v. 25

Homens, a conversa agora é com vocês. O que fariam nestas circunstâncias? Deixem-me imaginar a dificuldade. Tudo o que possa lesar a vossa “masculinidade” e honra é tão adverso que o caminho mais fácil seria a limpeza da imagem com a incriminação da mulher.
Talvez fizessem com que ela fosse mal falada, talvez num ataque passional a matassem e, o mais provável, negariam o amor e justiça de Deus por não ter pudor em vos fazer passar pelo enxovalho da traição.

José é um exemplo de disponibilidade e lança um apelo - que deixemos Deus nos usar, quando e nas circunstâncias que Ele quiser, independentemente das nossas próprias dúvidas ou razões.

Na verdade, este é o Natal de Cristo a acontecer no coração dos homens, a transformar mentalidades e a permitir abandonarmos a nossa vida ao controlo divino!

domingo, 28 de novembro de 2010

A Árvore de Natal



Já se deu início à época em que, tradicionalmente, se comemora o Natal de Cristo.

Ontem fizemos a decoração da árvore. As crianças estavam entusiasmadas por poderem participar neste delicado trabalho. Depois, foi a cor, as luzes, o brilho, os risos encantadores, as perguntas, enfim, magia...


Quisera Senhor, neste Natal, armar uma árvore
dentro do meu coração e nela pendurar em vez de
presentes, os nomes de todos os meus amigos.
Os amigos de longe e de perto; os antigos e
os mais recentes; os que vejo a cada dia e os
que raramente encontro; os sempre lembrados
e os que às vezes ficam esquecidos;
os constantes e os intermitentes; os
das horas difíceis e os das horas alegres;
os que sem querer eu magoei, ou,
sem querer me magoaram; aqueles a quem
conheço profundamente e aqueles que não me
são conhecidos, a não ser nas aparências; os que
pouco me devem e aqueles a quem muito devo; meus
amigos humildes e meus amigos importantes. Os nomes
de todos os que já passaram pela minha vida.

Uma árvore
de muitas raízes muito profundas para que seus nomes nunca
mais sejam arrancados do meu coração. De ramos muito extensos,
para que novos nomes vindos de todas as partes, venham
juntar-se aos existentes. De sombras muito agradáveis
para que nossa amizade, seja um aumento de repouso nas lutas
da vida.

(Autor desconhecido)

Desejo a todos que esta época seja repleta de bênçãos de amor e paz!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Estou Apaixonada!


Oh, nem imaginam como isto é rigorosamente verdade.
E ainda há quem diga que a paixão é efémera ou que os velhos já não têm sentimentos arrebatadores; pois eu digo-vos, quanto mais velha mais apaixonada me sinto.
Agora está na moda fazer-se este tipo de declarações nas redes sociais; eu quero muito compartilhar este estado de graça, porque não fazê-lo aqui?

Primeiro que tudo, quero deixar claro que acho que o amor verdadeiro não subsiste sem paixão. Pode haver algum companheirismo, afecto, habituação ou qualquer outra coisa que lhe queiram chamar, mas amor?
A paixão é o lado arrebatador, louco e exaltado dum relacionamento de amor, eles complementam-se, e eu tenho muito prazer nisso!

Reparem naquela extraordinária declaração que Paulo fez em Filipenses 1: 20-24

"Segundo a minha ardente expectativa e esperança, de que em nada serei envergonhado; antes, com toda a ousadia, Cristo será, tanto agora como sempre, engrandecido no meu corpo, seja pela vida, seja pela morte.
Porquanto, para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro.
Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei-de escolher. Ora, de um e outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne."

Isto é estar completamente apaixonado... e eu gosto!
Deus tem um propósito para cada um de nós e, quando estamos apaixonados, o que mais queremos é agradar ao nosso amor. Ora, Cristo conquistou Paulo (3: 12) e também me conquistou a mim, cada dia que passa me sinto mais íntima e cúmplice de Cristo, segura de querer sempre viver o Evangelho.

Ter alegria e paz é possível e faz parte da nossa realização mesmo quando a vida não corre bem, porque não estamos a falar da alegria em nós próprios, ou da alegria do mundo, mas da alegria em Alguém especial.
O que Ele pode fazer na nossa vida, é simplesmente admirável...
Eu aprendi a transformar as pedras de tropeço em experiências de vida, para minha consagração e bênção dos outros, porque a minha chave está entregue a esse homem chamado Cristo!

Eu estou apaixonada! E tu?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Dai-lhes vós de Comer

Sou de opinião que todos nós, especialmente os crentes em Cristo, temos responsabilidades sobre os outros, não só de carácter espiritual, mas também sociais e morais. O zelo missionário de vertente social começou por isso mesmo; daí a igreja primitiva ter organizado um grupo de crentes que desempenhava funções de suprimento das carências dos outros (Actos 6: 1-7).

Há uns 25 anos, quando era professora de crianças dos 6 aos 9 anos na Escola Bíblica Dominical, fui confrontada com uma situação inesquecível.
Tendo em vista o compromisso futuro de cada criança, comecei a esquematizar uma lição sobre o que é necessário para sermos habitação de Deus, pensando em I Coríntios 3: 16-17 (noutra ocasião voltarei para falar acerca destes versículos).
Então, depois de imaginar a dinâmica que podia dar à lição, peguei numa enorme cartolina onde fiz colagens e desenhos alusivos ao tema e legendei com dicas sobre os cuidados a ter com o corpo.



Como modelo, coloquei um recorte do Vitinho, aquele simpático e alegre “menino” de hábitos saudáveis que todas as crianças conheciam por ser imagem duma papa infantil e desenho animado.
E, no dia dessa lição, com auxílio do dito cartaz, expliquei que Deus cuida de nós, porque nos criou e nos ama, mas que também quer que as pessoas sejam cuidadosas. Detalhadamente, falei de higiene, alimentação, habitação, tempos livres, escola, relacionamentos, educação e de como devemos amar e louvar a Deus.

Terminada a lição, uma menina que, muito recentemente, ia à classe acompanhada por dois irmãos mais novos disse-me: "Mimi, eu e os meus irmãos, não podemos tomar banho, nem beber leite, nem comer fruta porque nós somos pobres".
Foi como se tivesse levado um murro… recuperada da abordagem, conversei com a menina o suficiente para perceber que pertencia a uma família disfuncional; pai alcoólico, mãe inactiva, mais 2 irmãos bebés e outro mais velho que ela (ao todo 6 crianças).
No Domingo seguinte, levei fruta, leite, queijo, bolachas e papa e propus-me acompanhá-los a casa depois do culto.
Fiquei em estado de choque. Viviam no rés-do-chão de um prédio devoluto na zona do Saldanha, escuro, húmido, sujo, fétido, com amontoados onde não se distinguia o lixo do aproveitável. A mãe, apática, não disse muitas palavras; o pai já tinha saído e não sabiam a hora a que voltava; o mais bebé estava doente.
Durante alguns domingos, já com apoio da igreja, fui entregar alimentos e roupas tentando minimizar as carências dos meninos. O cenário foi sempre igual; nunca vi o pai; a mãe não se mostrou interessada na mensagem do Evangelho, como nunca se mostrou interessada ou agradecida nas coisas que eu levava.
Num dia em que as crianças não apareceram na classe, fui a casa e já não moravam lá. Não haviam vizinhos a quem perguntar pelo paradeiro. Nunca mais os vi…

Sobrou o mais importante. O facto de um dia aqueles meninos terem ouvido falar de Cristo e terem conhecido o Seu amor!
Quem dera que hoje lhes pudesse dizer:

“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste
e de que foste inteirado,
sabendo de quem o aprendeste.” – II Timóteo 3: 14

sábado, 6 de novembro de 2010

Aquilo que o Espelho diz

Todos nós, pelo menos uma vez ao dia, olhamos para um espelho. É assim que temos consciência da nossa aparência, mas, na verdade, nem sempre gostamos muito daquilo que o espelho diz.


Na Bíblia, os salvos, são referidos como sendo espelho da glória de Deus:

“Mas todos nós, com rosto descoberto, reflectindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” – II Coríntios 3: 18

Eu gosto disso, mas é uma responsabilidade e tanto…
Vejamos qual o rigor que se pretende de um espelho e, o que é isso em nós, de forma a reflectirmos a glória de Deus:

1º - estar descoberto, sem embaciamento ou véu que se coloque entre a imagem e o espelho – é estar em comunhão com Deus;

2º - estar limpo, sem pó, ou manchas, que retirem nitidez à imagem reflectida – é ter o nosso ser interior sem mal e em paz;

3º - estar bem posicionado e fixo, para não desfocar a visão – é ser verdadeiro naquilo que mostramos aos outros.

Ora, quando recebemos Cristo, o Espírito Santo passa a morar em nós e capacita-nos com as ferramentas necessárias para reflectirmos a glória do Pai, saber usá-las é irmos progredindo no processo de transformação, de vitória em vitória, até à perfeição de Cristo.
Isso é santificação!

Não nos basta usar o rótulo de “cristão”; nós temos de experimentar a semelhança e reflectir o coração de Deus.

“Sede pois imitadores de Deus, como filhos amados”
Efésios 5: 1

É caso para questionarmos: Afinal, o que é que diz o espelho que eu sou?

domingo, 31 de outubro de 2010

O Hino da Reforma

Hoje, quando decorrem 493 anos da “Reforma Protestante” e em homenagem a Martinho Lutero, lembremos, de sua autoria, aquele que é um dos melhores hinos evangélicos.

SALMO 46
"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares.
Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá.)
Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã.
Os gentios se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu.
O SENHOR dos Exércitos está connosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)
Vinde, contemplai as obras do SENHOR; que desolações tem feito na terra!
Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo.
Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra.
O SENHOR dos Exércitos está connosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá.)"

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alegria - Paciência - Perseverança

Eu tinha 20 anos e estava acabadinha de sair de duas enormes desilusões, quando conheci a Oma (avó em holandês). Era uma velhinha linda e doce com mais de 80 anos. Diversas vezes fiz com ela a leitura da Bíblia, cada uma na sua língua (ela não sabia português, nem eu holandês), depois orávamos silenciosamente. Durante o chá, conversávamos com o olhar, um ou outro gesto e muitos sorrisos.

Entretanto, o nosso relacionamento foi quase um “olá e adeus” porque, dois ou três meses depois de nos termos conhecido, no Lar de Crianças onde eu estava a colaborar e ela estava de visita, a querida velhinha voltou para o seu país. Foi de lá que recebi um postal muito simples, do qual, durante algum tempo, só percebi Romanos 12: 12.


“Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração.”


Não sei como se chamava, aliás, até no postal assinou: Oma.
E ela, nunca soube o quanto foi importante para mim e que este se tornou num dos meus versículos favoritos.

Esperança - Tribulação - Oração

1 – Ninguém gosta de esperar, nem mesmo os que mais se atrasam e quando se fala em esperança o clima é, invariavelmente, de incerteza. No entanto, neste versículo, há um convite à alegria porque esta não é uma esperança qualquer, ela refere-se às promessas do Senhor.
Então se, tendo recebido a salvação, esperamos a vinda do Senhor Jesus Cristo e a nossa entrada na glória do Pai, como é que o nosso espírito não há-de ser conduzido à alegria?

2 – Tenho a certeza que todos nós gostaríamos de apagar as tribulações da nossa vida (tristezas, dificuldades, doenças, desilusões, aquela dor inexplicável). Mas a recomendação aqui deixada aos crentes é para serem pacientes.
É que todas e quaisquer tribulações terminam com a morte física, porém, nós continuamos. Na verdade, as adversidades são coisa menor, quando comparadas ao socorro divino ou às bênçãos trazidas pela paciência.

3 – Sucesso é algo de que todo o ser humano gosta, mesmo em relação às respostas de Deus, mas para o alcançar não podemos cruzar os braços, esmorecer ou adiar; ao contrário, devemos ser activos, confiantes e persistentes. Talvez por isso sejamos desafiados a perseverar na oração.
Então, sem calendarização e sustentados pela fé, podemos ficar perante o Senhor recebendo força e sabedoria para permanecermos firmes enquanto estivermos no mundo, isso é perseverança!

Estes três aspectos, além de importantes, interligam-se. Se temos alegria na esperança, tornamo-nos pacientes nas tribulações e isso leva-nos a perseverar na oração que por sua vez reforçará a esperança e dará poder para enfrentar as tribulações.

sábado, 16 de outubro de 2010

Esperança e Renovação


A águia é a ave que mais admiro.

Gosto particularmente do seu porte e da enorme sensação de liberdade e força que me transmite.

Hoje, deixo aqui uma pequena reflexão (retirada da internet) sobre um dos meus versículos preferidos.



"Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão." - Isaías 40: 31

sábado, 9 de outubro de 2010

Como Meninos

Na década de 80 do século passado, quase toda a gente viu e se rendeu ao filme “E.T. – O Extraterrestre”, de Spielberg. O pequeno boneco prefigurava um indivíduo de outro planeta que, muito mais do que feio, era sensível, puro e sábio.
A história pode resumir-se à amizade enternecedoramente protectora entre Elliott (um rapazinho de 10 anos) e os irmãos, com um ser adulto vindo de outro planeta que foi, involuntariamente, deixado na Terra, o E.T.


No entanto, o que mais me impressionou nessa ficção foi uma entrevista dada por Spielberg aquando do lançamento do filme, à qual respondia na pele de E.T. Foi mais ou menos assim:

À pergunta: - Porque é que você (ET), sendo já um adulto de idade avançada, mantém uma relação tão privilegiada com as crianças e não consegue o mesmo tipo de comunicação com os outros adultos?

Ele respondeu: - É que no meu planeta, nós nascemos imperfeitos e quanto mais velhos, mais puros e bons nos tornamos. Ora o vosso processo de crescimento dá-se ao contrário, nascem puros e quanto mais vivem, mais imperfeitos e maus se tornam. Por isso eu me identifico com as crianças; só elas me compreendem e tratam como um igual!

Gostei disto, porque a verdade é que, só mesmo os que dizem aquelas coisas muito inteligentes do tipo “as crianças quando querem são muito cruéis”, se esquecem que elas são imitadores dos adultos e resultado dos recursos sociais e educacionais.

Jesus disse aos discípulos:
“Em verdade vos digo que quem não receber o reino de Deus como uma criança,
de maneira nenhuma entrará nele.” - Marcos 10: 15

E Paulo disse aos crentes rebeldes:
“Irmãos, não sejais meninos no entendimento; na malícia, sim, sede crianças; quanto ao juízo, sede adultos amadurecidos.” - I Coríntios 14: 20

Analisando estes dois versículos, fico a pensar que muitas vezes, quando somos contrariados, estamos na presença de Deus como meninos que amuam, fazem birras, refilam e teimam; não como meninos amorosos, humildes, sem preconceitos e obedientes (I Coríntios 14: 20). E que, quando recebemos o Reino de Deus com a humildade e gratidão duma criança, podemos ter a certeza que Jesus nos segura nos braços e nos abençoa (Marcos 10: 15-16).

Que o nosso Pai nos ajude a ser como meninos a cada dia que passa!

domingo, 3 de outubro de 2010

Escola Bíblica Dominical



"Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade."
- II Timóteo 2: 15



Tradicionalmente, as igrejas evangélicas faziam, no primeiro ou segundo domingo de Outubro, o Dia de Rumo à Escola Dominical.
Na verdade, no caso das igrejas baptistas, a Escola Bíblica Dominical (como a designamos) não faz férias, mas há um período em que os alunos vão e vêm devida às férias pessoais, portanto, aproveitando o retorno, a eventual mudança de curriculum, a renovação de estratégias e de programas complementares, a apresentação de professores e o incentivo à presença de novos alunos, o Dia de Rumo faz todo o sentido…, digo eu!

Mas, como é que nasceu o conceito de Escola Bíblica Dominical?

Robert Raikes - 1735-1811
Num domingo de Outubro de 1780, o jornalista e editor Robert Raikes estava a escrever o editorial do jornal de Gloucester quando, como habitualmente, foi interrompido pela gritaria e palavrões das crianças que brincavam na rua.
Por momentos, começou a pensar sobre o futuro desses meninos criados sem estudos (privilégio das classes abastadas), que trabalhavam junto com os pais em minas e fábricas de segunda a sábado, ficando ao domingo abandonados nas ruas.
A delinquência iminente levá-los-ia a cair no vício, na violência e no crime.
Foi então que tentou sensibilizar a comunidade cristã para este problema, vindo a, juntamente com o Departamento Missionário da Igreja Anglicana de que era membro, iniciar na sua paróquia, uma escola para meninos pobres. Como o domingo era o dia de folga das crianças, não havia como fazê-lo noutro dia e foi assim que começou a funcionar a Escola Dominical onde os alunos aprendiam a ler, a escrever, história e, também, lições bíblicas.
Depois, apesar da resistência dos líderes de algumas igrejas, esta acção difundiu-se por toda a Inglaterra, vindo mais tarde a espalhar-se também a outros países.

Com a evolução da sociedade e a tendência para a alfabetização em instituições do estado, a Escola de domingo passou a ser somente dedicada ao ensino bíblico. E, passado mais de metade do século XX, para que a EBD fosse um espaço de aprendizagem para todos, onde se pudessem aprofundar os conhecimentos bíblicos e se promovesse a maturidade dos crentes, deixou de ser ministrada só a crianças, havendo hoje várias classes separadas por faixas etárias.

1954 - Escola Dominical da Igreja das Torcatas
Desde pequena fui aluna da EBD (depois professora); tenho a certeza que é a melhor Escola do mundo e por isso, aqui fica a minha homenagem aos homens e mulheres de Deus que se têm dedicado ao ensino das Sagradas Escrituras.

Eu amo a Escola Bíblica Dominical!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A Bíblia nas Nossas Mãos

Os inimigos de Deus têm utilizado todos os argumentos e processos para destruir a Bíblia, mas ela permanece viva.
Ao longo dos tempos, aqui e ali, têm havido homens e mulheres perseguidos por pregarem a Palavra de Deus, mas ela continua a ser anunciada.
A instituição católica apostólica romana, durante séculos (mesmo depois de existir a Bíblia impressa), não tornou acessível a sua leitura e estudo aos seus seguidores, mas, ainda assim, a Bíblia é o livro mais vendido e lido em todo o mundo.
Para os evangélicos, a Palavra de Deus, tem sido a Arma do Espírito e um Manual de Instruções para conduta e fé, mas nem sempre é utilizada com primazia.
Hoje em dia há cerca de 2.200 línguas que ainda não possuem a Bíblia e, apesar dos meios informáticos terem acelerado as traduções, pensa-se que não estarão concluídas antes do ano 2150.

Antigamente, os evangélicos eram conhecidos (depreciativamente), por: “Os Bíblias”, “Os do Caminho”, “Protestantes”, “Evangelistas”, “Crentes”, “Cristãos” e, provavelmente, outros nomes de que agora não me lembro. Nenhum destes termos me menospreza e cada um deles tem uma explicação lógica, porém, hoje, quero lembrar que “Os Bíblias” eram assim chamados não só por estudarem a Palavra de Deus (já que era um acto mais reservado), mas acima de tudo porque a transportavam visivelmente quando iam à igreja.

Nos nossos dias, muitos cristãos evangélicos estão comodamente instalados nas suas relações com o mundo e, receando o confronto, evitam ser identificados. Este é um dos motivos pelos quais as Bíblias são cada vez mais pequenas, facilitando o seu transporte na mala ou na algibeira; ou são deixadas na igreja sob o pretexto de haver outra em casa; ou, em última análise, nunca saem à rua.
Será que passámos a envergonhar-nos da nossa fé ou é porque desleixámos o brio?

Conta-se que, há alguns anos, havia um hotel na Carolina do Norte que não cobrava despesas aos pregadores que por lá passavam. Em certa altura, um pastor ficou no hotel por alguns dias, tendo identificado a sua ocupação quando fez a reserva na recepção.
Por isso, no dia em que saiu, ficou surpreendido por lhe ser apresentada a conta e comentou: “Disseram-me que neste hotel os pregadores não pagavam nada!”
Ao que o dono do hotel respondeu: “Bem, todos os dias que aqui esteve o vi a fumar e a beber demasiado enquanto conversava acerca de tudo, menos de Deus; e, também não me lembro de o ter visto a ler ou a transportar a sua Bíblia... o senhor vive como alguém sem Deus e como tal, tem de pagar a sua conta”.

Este é o repto posto aos crentes de todos os tempos, não nos envergonhemos de ser diferentes; antes, caminhemos com a Palavra de Deus e de acordo com ela, para que não chegue o dia em que a conta nos seja apresentada.

“Se pelo nome de Cristo sois injuriados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória e de Deus. Não sofra, porém, nenhum de vós como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se intromete em negócios alheios; mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe disso, antes glorifique a Deus com esse nome.” - I Pedro 4: 14-16

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Oração - Dom de Alguns ou Privilégio de Todos

Será que existe o dom de oração?
Faço esta reflexão porque, ultimamente e com frequência, tenho ouvido a menção a este ou aquele crente como tendo o dom da oração, bem como a solicitação a quem acha que tem o dom de oração para fazer as petições consideradas especiais ou sobre assuntos mais delicados.

Desde já, confesso que isto não me convence. Aliás, não encontro nada na Bíblia que me dê essa indicação, nem sequer nas passagens chave sobre dons (I Coríntios 12: 8-11, Romanos 12: 6-8 e Efésios 4:11).
Tenho a certeza que oração é mais que palavras ou expressões impressionantes. Tenho a certeza que a oração não é prerrogativa de alguns, nem o acesso a Deus é limitado pelo estilo que pode agradar a uns e a outros não.

Deus convida-nos para a sua presença, com o fim de abrirmos os nossos corações e reconhecermos a sua soberania. O que Deus quer é que nos aproximemos d’Ele para compartilhar alegrias e tristezas, gratidão, louvor e súplicas. O importante é que a oração seja agradável a Deus.
E, alegra-me saber que Ele acolhe mesmo a menor palavra duma criança!

Isto não obsta que, pessoalmente, me possa sentir mais edificada com umas orações do que com outras. De mim própria o digo, há momentos em que sinto mais gozo e conexão ao orar do que noutros. O local, o assunto, o envolvimento pessoal, podem de alguma forma influenciar a minha expressão, mas isso não obsta nem favorece que seja melhor ouvida por Deus.
Para mim, orar é um privilégio imensurável. Deus é tão acessível, que não me cobra dotes de oratória ou gestos excessivos, somente quer que me apresente sincera, humilde, reverente e comprometida.


“Amados, se o coração não nos condena, temos confiança para com Deus;
e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos
e fazemos o que é agradável à sua vista.” – I João 3: 21-22

Deixo aqui mais algumas referências bíblicas que podem ajudar a clarificar esta questão:
II Crónicas 7: 14-15 – os ouvidos de Deus estão atentos à oração do seu povo (não de alguns escolhidos entre os seus).
Provérbios 15: 8 – a oração dos rectos alegra ao Senhor (não a dos que receberam dom).
Mateus 6: 5-8 – ensinamento de como se deve orar (Jesus está a falar a uma multidão).
I Coríntios 14: 14-16 – orar em espírito e em razão (é edificante se se perceber).
Hebreus 10: 19-22 – o privilégio do acesso a Deus (para todos, através de Jesus).

Posto isto, a oração é um dom dado a alguns, ou o privilégio que todos podemos ter de falar com Deus?

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

À Prova de Fé

O Homem tinha acabado de chegar a casa, cansado, com os pés doridos e a roupa empoeirada. Naquela altura, o que mais queria era refrescar-se e dormir um pouco. Porém, Ele tinha-se tornado muito conhecido pelas coisas que fazia e dizia e, ainda mal tinha descalçado as sandálias, já imensos curiosos lhe enchiam a casa, ao ponto da entrada ficar obstruída.
Também no lado de fora, muita gente, descontroladamente, espreitava pondo-se em bicos de pés e encavalitando-se uns sobre os outros. Só ouvi-lo não era suficiente, também queriam vê-lo.

Cheio de paciência, Ele sentou-se e começou a ensinar o Evangelho.

De repente, desencadeou-se um tumulto. A coisa não estava fácil, tinham chegado quatro homens transportando um catre onde jazia um entrevado e, a todo o custo, tentavam passar para entrar na casa empurrando aqui e ali. Os que chegaram primeiro, incomodados, não os deixavam passar, esbracejavam com mal contida fúria e acotovelavam os intrusos; os quatro homens continuavam a querer furar caminho e nada...
Foi então que um deles teve uma ideia genial, porque não subir ao terraço, fazer um buraco e introduzir o amigo doente na casa? Depois de algumas indecisões, encheram-se de coragem e, ignorando as críticas de alguns que os achavam loucos, foram em frente com o plano.

Subir com aquele peso foi uma experiência para esquecer… problema sobre problema. Tropeçaram, o entrevado temia cair, as teias de aranha prendiam-se aos cabelos, o pó colava-se ao suor provocando uma máscara suja. Chegar ao terraço foi arriscado, mas conseguiram.
Pousaram o catre, respiraram fundo, fizeram movimentos de descontracção muscular e, determinados, calcularam o sítio onde normalmente, na sala  em baixo, estaria o anfitrião; depois, retiraram algumas lajes de barro e desceram o catre.
Missão cumprida, apesar dos problemas, das dificuldades e dos muitos riscos, eis que o amigo estava frente-a-frente com o Homem. A multidão inquietou-se, todos tinham os olhos arregalados. Ele pára de falar, sorri exultando de alegria ao ver a fé daqueles cinco e, reconhecendo que o entrevado estava à sua disposição para ser servido como testemunho, abençoa-o com palavras de perdão.

Entre os presentes, estavam os que copiavam as Escrituras (e bem as conheciam). Ao ouvir falar de perdão, ficaram de sobrolho levantado e, confusos, cochicharam uns com os outros reprovando tal atrevimento; na verdade só Deus tinha poder para perdoar pecados. Achavam aquelas palavras fáceis porque não havia nenhum resultado visível para confirmar o que acabavam de ouvir.
O Homem continuava com um suave sorriso, cheio de compaixão pela ignorância dos doutores. Com que então, dizer que os pecados estavam perdoados era fácil? Era necessário algo de espectacular para Ele ser reconhecido?

Os intelectuais não percebiam nada!

Esse Homem, de nome Jesus, tinha acabado de fazer uma cura espiritual a um indivíduo que cheio de dificuldades tinha ido até Ele movido pela fé, sem pedir mais nada, mas para os doutores isso não era suficiente.
Jesus olha para o entrevado e, para lhes mostrar a sua autoridade para perdoar, manda-o levantar e ir para casa pelo seu pé. E, o até então doente, não teve dúvidas, levantou-se e foi-se embora com a cama às costas, sem sequer coxear. Nessa altura, os que assistiam, ainda embasbacados, aplaudiram o feito dando glória a Deus.

Este é o relato bíblico de Marcos 2: 1-12 visto á minha maneira.
Problemas – Dificuldades – Dúvidas – Receios – Riscos; e Fé.

Moral da história:
1- Muitas vezes ficamos impedidos de estar com Jesus porque estamos cheios de problemas, afazeres e dificuldades. Aqui, aprendemos que afastar as teias de aranha que temos na nossa vida, ser teimosos e ousados, são atitudes que podem levar a resultados surpreendentes.
2- Muitas vezes pedimos, imploramos e exigimos a Deus por cura física e bem-estar social. Aqui, aprendemos que para ir até ao trono, a principal motivação tem de ser a fé, o gozo da presença divina e o perdão.
3- Muitas vezes queremos dar nas vistas, queremos experiências palpáveis e bombásticas. Aqui aprendemos que o mais importante pode não se ver com os olhos da carne, mas requer que arrisquemos ficar à disposição do Mestre para que se sirva da nossa vida.

“Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.”
Hebreus 11: 6

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Memória do Holocausto

Nos últimos 5 anos, temos assistido a palavras e atitudes de negação e tentativa de branqueamento do holocausto nazi.
Eu gosto de ter a memória viva; e, seja lá o que for que os outros pensem, não quero apagar o passado que vivi ou de que tenho fundamentado conhecimento, seja ele bom ou mau.
Por isso, em memória de todas as vítimas, hoje lembro e homenageio Corrie, diminutivo porque era conhecida Cornélia ten Boom.


Corrie, relojoeira holandesa, nascida a 15 de Abril de 1892 numa família cristã reformada, deixou-nos “O Refúgio Secreto”, uma autobiografia fascinante, com relatos do que se passou com a sua família durante a 2ª Guerra Mundial.
O título do livro que, posteriormente, deu origem ao filme com o mesmo nome é uma referência ao espaço físico onde a família escondia os judeus, mas também à passagem bíblica do Salmo 119: 114 que diz:

"Tu és o meu refúgio e o meu escudo;
na Tua palavra eu espero."


Casa dos ten Boom (hoje museu)
Quando se deu o início da 2ª Guerra, Corrie vivia com o pai e a irmã Betsi na casa de família onde tinham o negócio de relojoaria. A mãe já tinha morrido e uma outra irmã e o irmão já tinham casado.
Foi nessa casa, onde se respirava o amor de Deus, que esconderam diversos judeus, livrando-os da morte durante a ocupação nazi.
Mas, acabaram por ser descobertos, presos e enviados para um campo de concentração onde Casper, o pai, veio a morrer. Posteriormente, ela e a irmã foram enviadas para o Campo de Ravensbruck, na Alemanha, onde Betsi morreu.


Apesar das adversidades, Corrie nunca deixou de pregar a Palavra e ajudar os que se encontravam mais fracos, desencadeando a sua luta com a única arma que conhecia, o amor de Deus.

A 26 de Dezembro de 1944 recebeu a liberdade, vindo a saber mais tarde que isso acontecera devido a um erro burocrático onde, mais uma vez, ela reconheceu o amor de Deus e o dever de O servir.
Por isso, após a guerra, deu palestras em mais de sessenta países sobre a sua experiência com o holocausto, com enfoque no amor de Deus e no perdão. Numa dessas palestras, na Alemanha, estava presente um dos mais cruéis guardas do Campo de Ravensbruck. Ela aproximou-se, duvidando poder perdoá-lo, mas, ao mesmo tempo, pedindo a Deus para que conseguisse fazê-lo.
São suas as palavras:
“Por um longo momento, nós apertámos as nossas mãos, o ex-guarda e a ex-prisioneira.
Eu jamais havia conhecido o amor de Deus tão intensamente quanto naquela hora.”
Corrie faleceu no dia em que fazia 91 anos de idade.

Campo de Concentração de Ravensbruck
O seu trabalho e envolvimento foi reconhecido e homenageado em diversas ocasiões, diferentes países e por várias personalidades.
Para mim, o principal reconhecimento foi dado pelo Estado de Israel, quando a convidou a plantar uma árvore na Avenida dos Justos, em Yad Vashem, próximo a Jerusalém (local que já tive o privilégio de visitar), onde são lembrados as vítimas e, também, os defensores dos judeus.
A ideia do nome Yad Vashem - um memorial e um nome - teve origem no versículo de Isaías 56: 5


"E a eles darei a minha casa e dentro dos meus muros um memorial e um nome..., que não se apagará."

Leiam “O Refúgio Secreto” e/ou vejam o filme (editado em Portugal pelo Núcleo e à venda em diversas livrarias evangélicas).
Que o exemplo de Corrie sobre aquilo que o amor de Deus pode fazer nas nossas vidas e na daqueles que nos rodeiam seja um incentivo ao nosso testemunho pessoal.
E, por favor, não deixem que os factos sejam apagados ou fiquem esquecidos. A 2ª Guerra Mundial é muito recente (teve lugar de 1939 a 1945), provocou uma das mais cruéis destruições da história, fez cerca de 70 milhões de mortos e aproximadamente 28 milhões de mutilados. Ainda há sobreviventes vivos, não os pudemos ignorar.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Crescimento da Igreja - Quantidade ou Qualidade?

Sempre que se fala sobre o crescimento da igreja, surge a pergunta sacramental: É mais importante a Quantidade ou a Qualidade?

Imediatamente, a tendência é serem dadas respostas agradáveis e espiritualizadas por isso, Qualidade, assenta como uma luva.
Mas, não será que o crescimento da igreja carece de ambos os sinais para que ela seja viva e activa?
Teria Jesus dito: “Ide e fazei discípulos”, se a Quantidade não fosse importante?
E, comparativamente connosco, os doze não seriam já a nata da Qualidade?

Não há fórmulas mágicas para o crescimento da igreja; somente a graça de Cristo o pode dar. É Ele que nos capacita de entendimento espiritual, somos nós que semeamos, mas é Ele que dá a salvação acrescentando outros à igreja.
Logo, não confundamos Quantidade com multidões desorientadas, nem Qualidade com o “tá-se bem”.

Numa tentativa de perceber melhor esta dinâmica, devemos verificar o que aconteceu com a igreja primitiva (Actos) onde nenhuma destas marcas foi inimiga da outra e ambas fizeram parte do todo:

QUALIDADE
* (1: 3) Aceitaram a mensagem do Evangelho (morte e ressurreição de Cristo)
* (1: 5 e 8) Acreditaram no poder do Espírito (auxílio divino)
* (1: 11) Perceberam a promessa da Segunda Vinda
* (1: 13-14) Permaneceram em União
* (1: 14) Perseveraram na Oração
* (1: 16) Examinaram atentamente o cumprimento da Escritura
* (2: 38) Evangelizaram

QUANTIDADE
* (1: 15) A igreja em Jerusalém tinha cerca de 120 pessoas
* (2: 41) Através da pregação de Pedro, salvaram-se quase 3.000
* (2: 47) Outros iam sendo salvos
* (4: 4) Mais 5.000 homens se converteram (faltam as mulheres)
* (4: 32) Depois, uma multidão creu
* (5: 14) E crescia a multidão de homens e mulheres crentes
* (6: 7) Aumentava o número de discípulos
* (9:31) A igreja continuava a crescer em número

Quando entendemos a vontade de Deus não de forma intelectual, mas espiritual, torna-se fácil a igreja ser igreja e o seu crescimento é natural.

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa,
povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes d'Aquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” – I Pedro 2: 9

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tempo de Qualidade

Este ano, no Acampamento Familiar (União Bíblica), tivemos um estudo, magistralmente apresentado pelo Pr. Rubens Luz (professor no Seminário Teológico Baptista), cujo tema tinha por base o livro “As Cinco Linguagens do Amor” de Gary Chapman.

Apesar deste livro ter sido pensado e escrito para casais, tem aplicação a qualquer pessoa num contexto relacional.

No último dia, fomos submetidos a um teste que apresentava 10 situações com 5 opções de resposta cada. Claro que a dúvida se instalava em algumas das questões, mas a escolha tinha que recair numa única opção, de forma a detectarmos a nossa primeira linguagem de expressão. Isto é interessante porque nos permite conhecer a linguagem do outro e facilita a compreensão e aproximação entre as pessoas.

As cinco linguagens são:
                                      - Palavras de Afirmação
                                      - Tempo de Qualidade
                                      - Receber Presentes
                                      - Formas de Servir
                                      - Toque Físico

Ora, se me perguntassem qual a minha prioridade, eu teria respondido de imediato, mas o que me fez rir foi a surpresa do resultado do teste ser fiel ao que eu sinto.
Não me recordo se ao longo da minha vida passei por outras linguagens, mas sei que o meu desejo é, sempre, ter TEMPO DE QUALIDADE (70% no resultado do teste).

Com todo o respeito por outras preferências, realmente eu tenho um prazer imenso sempre que a aplicação do meu tempo inclui poder desfrutar da presença de alguém com quem partilho vida e amor. É assim com Deus, com a família, com os amigos e com os crentes. Conversar, trocar ideias, rir e chorar, entender e aprender, passear, comer, contemplar a criação e louvar o Criador, não ter pressa, oh coisa boa!

A verdade é que todos os dias Deus nos dá 24 horas de tempo para utilizarmos da forma que melhor entendermos. Assim, para gerir bem o dia tem que haver algum planeamento, mas o essencial é não esquecermos que o tempo não espera por nós e que quando passa é para sempre.


Portanto, podemos dizer que nos convém proporcionar e receber TEMPO DE QUALIDADE.

Jesus tinha tempo de qualidade com os discípulos, os amigos e até com outras pessoas no exercício do seu ministério.

Estão a pensar no mesmo que eu? Sim, entre outras ocasiões que podia aqui destacar, a visita que Jesus fez a Marta e Maria, é sublime.
As irmãs, simplesmente, tinham personalidades diferentes e isso reflectiu-se na forma oposta como receberam Jesus: Marta era uma dona de casa eficiente e de grande hospitalidade, por isso se afadigava de um lado para o outro; Maria tinha uma grande sensibilidade, queria aprender e alegrar-se com o visitante, por isso estava sentada junto ao Mestre. Questionado por Marta acerca da postura da irmã,

“Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, porque andas inquieta... Maria escolheu a boa parte…” - Lucas 10:41-42

TEMPO DE QUALIDADE

 Já sabem, qual a minha linguagem!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Voz do Dono


Lembram-se desta publicidade?

Quando eu era pequena ficava fascinada com esta imagem.
Na altura ainda não sabia a história que estava na sua origem, simplesmente achava lindo que o cão reconhecesse a voz do dono naquele aparelhómetro.  

A história resume-se a isto: em 1899 quando o irmão do pintor Francis Barraud morreu, deixou-lhe um fonógrafo e vários cilindros gravados com a sua voz. Nipper, o seu cãozinho de estimação, também ficou com o pintor.
Sempre que Francis ligava o fonógrafo e colocava as gravações, Nipper aproximava-se do aparelho e ficava, muito atento, a ouvir a voz de seu falecido dono.
A dedicação de Nipper levou Francis a pintar um quadro que, mais tarde, foi aproveitado pela RCA Victor como imagem de marca.

Esta ilustração remete-me àquela passagem bíblica de João 10: 1-18, onde Jesus fala do reconhecimento que as ovelhas têm pela voz do pastor.


Na verdade, a relação pessoal do pastor com as suas ovelhas, faz com que ele chame cada uma pelo nome e que elas conheçam a sua voz; além disso, elas seguem-no e fogem dos estranhos.
Por vezes, nos passeios com os meus netos, paramos a ver os rebanhos e verifico que isto é mesmo assim.

Sabiam que as ovelhas são animais tolos, sem noção de direcção? Não obstante elas ouvem bem e, por isso mesmo, entre as vozes dos estranhos, reconhecem a do seu pastor e seguem-no.

Desta mesma forma, quem diz ter Jesus como Pastor da sua vida, tem o desafio de estar atento e identificar a Sua voz em todos os lugares e situações, para poder ser conduzido e ter intimidade com Ele.

"Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem a mim" - João 10: 14

sábado, 7 de agosto de 2010

Descansar...

Mais logo vou com os meus amados netinhos para o Carrascal onde, durante uma semana, estaremos no Campo Familiar da União Bíblica.
Cada pessoa tem o seu conceito de descanso, ou de férias; para mim, estar no Acampamento, ter as crianças comigo e usufruir diariamente de momentos espirituais, bem como de lazer e convívio, é muito bom.

Deus planeou que os nossos dias não fossem só de trabalho e rotina e a Bíblia é explicita quanto à teologia do descanso.
O livro de Eclesiastes, no capítulo 3 diz assim:

1 - Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.
2 - Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
3 - tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar;
4 - tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar de alegria;
5 - tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar;
6 - tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora;
7 - tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
8 - tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.

Este vai ser o meu tempo de relaxar e não fazer nada..., quase nada!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Os Filhos

Ora, façam o favor de me dar os parabéns!
Às 17:45h (segundo tradição oral), porque faz 61 anos que nasci e, às 17:52h, porque faz 37 anos que fui mãe pela primeira vez.

E, só por causa disso, hoje fala a mãe e o tema são os filhos.

Esses seres maravilhosos a que chamamos filhos, são-nos confiados por Deus, ainda indefesos, e eu não me canso de dizer que são uma bênção para os pais.
“Herança do Senhor são os filhos; o fruto do ventre o seu galardão.” - Salmo 127: 3
Assim, dou graças a Deus por me ter entregue os filhos que tenho a mim e não a qualquer outra família; a verdade é que não me imagino sem eles.
Desde que nasceram fiz tudo o que sabia e podia para educá-los com amor, responsabilidade e transparência, de modo a viverem com regras, com atitude e em Cristo.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando envelhecer não se desviará dele.” - Provérbios 22: 6

Se fui sempre fantástica? Não! Como “convém” também cometo erros, mas a vontade de fazer melhor, esteve sempre presente. Depois, os filhos são o meu prioritário motivo de oração e Deus está no controlo da nossa relação.
Se têm correspondido sempre às minhas expectativas? Normalmente sim, e às vezes não, mas vivo bem com isso porque a nossa cumplicidade é imbatível e não se compadece com fingimentos. Depois, o amor permite-nos relevar muita coisa e continuar a caminhada.

Há um poema de Guillaume Apollinaire que diz:
Venham até à borda, disse ele.
Eles responderam: Nós temos medo.
Venham até a borda, ele insistiu.
Eles foram.
Ele empurrou-os... e eles voaram.

Connosco também foi assim. Um dia…, não sei quando, empurrei-os. Empurrei-os… e eles voaram.
Mas, aqui para nós, eu tenho um segredo, é que embora de forma lassa e imperceptível, mantenho o cordão umbilical seguro. Afinal de contas, não deixei de ser mãe e eles serão sempre os filhos a quem amo de forma superior.

Parabéns filho!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pouco a Pouco

Há uns, dez, doze anos aprendi um coro fantástico, trazido pela minha filha do Seminário Teológico Baptista onde era aluna.
Na verdade, não sei muito bem como falar dele, é que, simplesmente, sente-se! Portanto, tudo o que eu possa dizer, já sabem, fica muito aquém da mensagem que encerra.
Sempre que o canto, mesmo mentalmente, sem voz, sinto-me como que transportada ao ideal de vida. Oh, coisa mais linda e verdadeira; inspirada e inspiradora, tanto na letra como na música; acho mesmo que uma não vivia sem a outra. FANTÁSTICO!
Sim, já vou revelar a letra, mas primeiro quero pedir a quem o conhece que, se souber quem são os autores ou a história que levou à sua feitura, por favor me informe; depois, a quem não o conhece que procure, aprenda, cante e sinta, vai ver que é uma bênção.

Pouco a pouco em cada dia,
pouco a pouco Jesus me guia,
está-me a transformar.
Está-me a mudar!

Desde que eu me entreguei,
pela Graça viverei.
Cristo está-me a mudar!

Está-me a mudar, bendito Salvador,
nunca mais vou ser o que eu era.
É crescimento lento, mas estou certo
que um dia perfeito eu serei!


Paulo diz que Aquele que nos salvou, também aperfeiçoa a salvação em nós. É que, o processo de perfeição espiritual e do carácter humano, vem intimamente ligado à conversão. E, a meta do verdadeiro cristão, é o dia de Cristo!
Dou graças a Deus porque tenho visto em mim o trabalho contínuo que Ele desempenha na minha mudança. Pouco a pouco…

"Tendo por certo isto mesmo, que Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus." - Filipenses 1: 6

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Arte de Desresolver

Desde há muito tempo que, pelo menos uma vez por ano, releio "O Livro das Decisões". Considero-o muito, muito bom, mas há um capítulo em especial que, desde a primeira leitura, transformou a minha visão e atitude.

Hoje vou transcrevê-lo aqui e espero que possa mudar a perspectiva e conduta de quem nele se reveja.




"... transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
Romanos 12: 2





"Aqui está uma coisa que você precisa aprender: a arte de desresolver. Isto se aplica apenas nos casos em que a resolução tomada anteriormente não é a mais sábia nem a mais correcta. Neste aspecto, a arte de desresolver não tem nada a ver com a falta de perseverança ou de firmeza. Não se trata de capitulação. Nem de retrocesso. Nem de fraqueza. Quando é para reparar o erro, a arte de desresolver é um acto de sabedoria e coragem.

Veja este exemplo extraordinário: ao saber que Maria estava grávida, sem que tivessem ambos coabitado, José resolveu deixá-la secretamente. Ao tomar, porém, conhecimento de que a concepção de Maria era sobrenatural, José fez exactamente o contrário do que havia resolvido: ele a recebeu como esposa (Mateus 1: 18-25).

Há muitas resoluções intempestivas, baseadas em raciocínios falazes, frutos de uma cultura oposta ao carácter de Deus e geradas pela pecaminosidade latente do homem. Elas precisam ser revogadas. É exactamente aí que entra a bendita arte de desresolver. Há votos e promessas feitos impensadamente em momentos de desespero que não atingem o alvo e que não agradam a Deus. Eles devem ser anulados.

Inicie-se na arte de desresolver. Lembre-se de suas mais recentes ou de suas mais antigas resoluções e volte atrás. Talvez você tenha resolvido nunca mais pôr os pés na igreja, talvez você tenha resolvido abandonar o cônjuge, talvez você tenha resolvido vingar-se de alguém, talvez você tenha resolvido entregar-se às aventuras da carne, talvez você tenha resolvido brigar com Deus, talvez você tenha resolvido jogar fora toda a herança cristã imposta ou adquirida até agora.
Use a arte de desresolver para proteger-se do tédio, do vazio, da vaidade, da loucura, da dor, do remorso, do desespero, do suicídio, da morte e da morte eterna."

(in: "Em Letras Grandes", de Elben Lenz César - Editora Ultimato)

domingo, 18 de julho de 2010

Identificados com Cristo

Outro dia a minha filha, falando acerca do blogue, lembrou-me que, ao longo da vida, o meu trabalho na obra de Deus tem sido no campo do ensino e do aconselhamento e que para isso Ele me destinou dando o dom para servir nestas áreas.
Realmente, muito por não querer ser pretensiosa, ao iniciar este blogue, decidi dedicá-lo a descrentes, numa vertente diferente da que estou habituada enquanto educadora e mentora; ou seja, fazer abordagem evangelística.
Porém, se não tenho conhecimento prévio, essa não é "a minha praia" e, Deus tem-me mostrado que, simplesmente, devo expor a perspectiva bíblica, independentemente de quem lê.


A propósito, o que é isto de ser crente (palavra quase caída em desuso ou deturpada na sua génese espiritual) ou descrente?
Ser crente é, após a salvação, sermos identificados com Cristo (hoje é mais utilizado o termo "cristão" que, sendo correcto, nos induz a erro devido à vulgarização da palavra).
O dicionário diz que "identificação" é: "Provar ou reconhecer a identidade de" ou "Confundir-se com".

Em 1859, Charles Blondin, famoso equilibrista francês, colocou um cabo de aço sobre as cataratas do Niágara, numa extensão de mais de 300m, a cerca de 60m de altura, e deu inicio à travessia do Canadá para os Estados Unidos. No outro lado, cerca de 10.000 pessoas assistiam ao feito e, quando ele concluiu a travessia, foi largamente aplaudido e aclamado.
Nessa altura, ele abriu os braços e gritou: "Agora vou atravessar para o outro lado, mas desta vez vou levar alguém às cavalitas. Acreditam que sou capaz?"
A multidão, completamente delirante, respondeu: "Sim, acreditamos, tu és capaz!" Blondin voltou a gritar: "Muito bem, qual de vocês quer vir comigo?"
Silêncio absoluto, respiração suspensa, nenhum sinal.
Ele insistiu e nada...
De repente, um homem saiu dentre a multidão, foi até ele, subiu para os seus ombros e nas 3,5 horas seguintes fizeram a travessia de regresso ao Canadá.

Quantas pessoas estavam ali? Quantas diziam acreditar naquele homem? Quantas se dispuseram a aceitar o desafio?
Todos naquela multidão criam que Blondin era capaz de cumprir a proposta, mas só um é que esteve disposto a aceitar o desafio.

Pois aí está, é necessário colocar a nossa vida à disposição Daquele em quem acreditamos.
Ser crente é muito mais que acreditar, é ter identificação com Cristo!Há pessoas que acham que Jesus é fantástico, acreditam que é capaz de fazer maravilhas, batem-Lhe palmas, gritam o Seu nome, mas as suas vidas são remetidas ao silêncio, não aceitam desafios, não O seguem, nem O experimentam.
Ser descrente, é mesmo o contrário de ser crente!

Para os seus seguidores, Jesus disse (João 15: 14): "Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando." Esta é a súmula da nossa identificação com Ele!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Cristiano Ronaldo é pai

Pára tudo!

É sabido, via meios de comunicação, que o jogador Cristiano Ronaldo é pai e, não fora o absurdo da notícia e das opiniões públicas a ela relativas, eu não falaria do assunto.
Verdade, verdade, nem sei por onde, nem como começar.

Joga bem à bola, e…? Faz algum favor?
Tem a profissão que escolheu e gosta, ganha verbas incalculáveis e tem uma projecção extra-profissional que nada tem a ver com mérito, desempenho cultural ou com moral!
E, é isto que me confunde, fazem-se heróis do nada…, mais difícil ainda, nem sequer podemos atribuir esta explosão à incoerência típica dos adolescentes; não, são adultos, são responsáveis de opinião, são figuras públicas, que desculpam e apoiam tudo o que este rapaz faz e diz.
Recordando Camões: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades; muda-se o ser, muda-se a confiança...”

Pois bem, onde uns vêem juventude, eu vejo deslumbramento; quando dizem que está na idade de se divertir com as mulheres, eu digo que as mulheres não são descartáveis; quando uns acham que ele está acima das críticas e pode dizer o que lhe apetece, eu acho que Ronaldo é duma enorme falta de reconhecimento aos seus pares; especula-se que a mãe anónima é uma barriga de aluguer muito bem escolhida, eu acho que ninguém tem o direito de gerar vida por catálogo; opinam que ele tem direito à guarda exclusiva da criança porque tem dinheiro para isso, eu penso que prioritariamente todas as crianças têm direito à família natural e nunca à compra de caprichos pessoais; e, pasme-se, há quem diga que ele é um “exemplo” pela forma “digna” como transmitiu aos fãs a paternidade, mais uma vez estou em desacordo total e considero isto imoral.
Entretanto, aprecio a consideração que ele tem pela família, mas outros, com infinitamente menos dinheiro e visibilidade, fazem-no sem necessidade de recorrer a vedetismos e prepotência. Logo, merecem ainda mais a minha apreciação.

Será que aqueles que lhe são próximos ainda não se lembraram de dizer aquele rapaz mimado e novo-rico que os filhos não são mercadoria? Ninguém lhe diz que quem não se respeita, não pode exigir respeito?
Uma das piores contribuições para o mundo é, sem dúvida, o dinheiro que compra indiscriminadamente.

Mas, melhor do que aquilo que eu penso e digo, mais uma vez, é na Palavra de Deus que se colhe a sabedoria e, o que Jesus disse aos seus discípulos, serve para qualquer um:
“De facto, que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro mas arruinar a sua vida? Ou, que poderá o homem dar em troca de sua vida?” - Mateus 16: 26

terça-feira, 29 de junho de 2010

Imagens

O meu filho enviou-me uma mensagem que dizia:
"Eis o porquê de eu acreditar no único Deus vivo, criador do céu e da terra. Isto é o que acontece a deuses, santos ou seja o que for que motive adoração por parte de pessoas que ainda não conhecem o único Deus vivo. Só não vê quem não quer."

Em anexo, tinha o seguinte vídeo:


Pois é!
Sem querer desrespeitar aqueles que chamam fé à adoração de imagens, gostava de lembrar que Deus, através da sua Palavra, adverte:
"Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura..." - Êxodo 20: 3-4
"Não fareis para vós outros ídolos, nem para vós levantareis imagem de escultura, nem coluna, nem poreis na vossa terra pedra com figuras para vos inclinardes a ela; porque Eu sou o Senhor vosso Deus." - Levítico 26: 1

Porque será que, em pleno século XXI, com a Bíblia ao alcance da maioria das pessoas, ainda há quem se curve, venere e confie em imagens? E, qual será o interesse de alguns responsáveis religiosos em manter os seus seguidores na ignorância?
O meu Deus, o único e verdadeiro, não é frágil, não tem pés de barro, não se quebra, não cai!
É que, sem hesitações, aqueles que O adoramos, podemos dizer:
"Uns confiam em carros, outros em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos no nome do Senhor nosso Deus." - Salmos 20: 7

terça-feira, 22 de junho de 2010

Cumplicidade com a Luz

Esta é a minha cadela, chama-se Alfa e faz 8 anos em Agosto. Grande companheira!

Muitas vezes, durante a madrugada, talvez cansada do escuro e do silêncio, salta para a minha cama, empurra-me as mãos para lhe fazer festas, lambe-me a cara, ou, pior, traz um boneco para me incitar à brincadeira.
Eu, ensonada, enquanto lhe faço festas, penso: "Mas que mal é que eu fiz? Esta bichinha é maluca." Depois, acabamos por adormecer e ela, já tranquila, fica a ocupar algum do meu espaço.

Há um provérbio chinês que diz:
"Procuremos acender uma vela, em vez de amaldiçoar a escuridão"
Pensando bem, ela não é nada parva..., nos momentos em que se sente só, em vez de ficar contrariada, tenta "acender uma vela". É simples, procura alguém em quem confia. Eu!
Ora esta experiência, remete-me para a vida dos seres racionais.
Porque será que nos lamentamos tanto? Porque nos penalizamos com pensamentos desastrosos? Porque ficamos com medo quando começa a escurecer?
Houve alturas da minha vida em que circunstâncias me levaram a desconfiar da esperança e da fé. Foi como que perder a lucidez e exercer um esforço titânico para avançar por mim.
Em vez de acender uma vela - procurar Deus - e confiar na segurança e cumplicidade com a Luz, endureci o coração.
Por isso, com este acto de inteligência, ou instinto, da minha cadela, Deus lembrou-me que as coisas aparentemente impossíveis de realizar ou as desilusões sofridas, são muito piores quando, em vez de O procurarmos nas trevas, nos limitamos a amaldiçoar a escuridão.